Allan dos Santos é investigado no inquérito das Fake News [fotografo] Reprodução internet [/fotografo]
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o blogueiro
Allan dos Santos por crime de ameaça e incitação ao crime contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
Luís Roberto Barroso. Allan dos Santos integra a linha de frente dos influenciadores digitais bolsonaristas e tem ecoado ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro na figura do ministro.
A denúncia foi apresentada nesta terça-feira (18).
De acordo com o MPF, Allan dos Santos usou o canal Terça Livre, que mantém no YouTube, para desafiar o magistrado. Em um vídeo postado no dia 24 de novembro do ano passado ele diz que seria capaz de fazer mal a Barroso se ambos tivessem contato fora dos meios digitais. Para o MPF, o caso superou os limites do razoável na livre expressão de pensamento e opinião, mediante a intimidação da vítima com a promessa de mal injusto.
O vídeo em questão é intitulado "Barroso é um miliciano digital". Nele, o blogueiro profere palavras de ódio, baixo calão e em tom claramente ameaçado. Em um dos trechos resgatado na representação do MPF, ele afirma: "Tira o digital, se você tem culhão! Tira a p**** do digital, e cresce! Dá nome aos bois! De uma vez por todas Barroso, vira homem! Tira a p**** do digital! E bota só terrorista! Pra você ver o que a gente faz com você. Tá na hora de falar grosso nessa p****!".
Ao tomar conhecimento dos fatos, o próprio ministro do Supremo, na condição de vítima, representou ao MP, solicitando a adoção de medidas cabíveis. O crime de ameaça se constitui na promoção de um mal injusto e grave, consistente em um dano físico, material ou moral contra alguém.
Na ação enviada ao Juizado Especial Criminal Federal, o
MPF também reúne diversos tuítes e publicações veiculadas em plataformas de redes sociais. "Foi identificado um comportamento habitual e intencional do denunciado em proferir ameaças contra ministros do STF". Nesse sentido, a conduta não está inserida em um contexto isolado, mas denota "parte de uma campanha intencional e extensiva do denunciado para disseminar ódio contra os magistrados da Suprema Corte", alertam os investigadores.
Na denúncia, o MPF observa que a própria natureza inerente às redes sociais - o poder de alcançar grandes massas populacionais - torna declarações investigadas ainda mais perigosas.
*Com informações do MPF
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