[caption id="attachment_185092" align="alignleft" width="285" caption="Eduardo Cunha e
Arlindo Chinaglia disputam apoios na base e na oposição"]

[fotografo]J. Batista/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]Faltando dois dias para as eleições na Câmara, PT e PMDB entraram em uma disputa capaz de provocar problemas para o Palácio do Planalto. Por conta da disputa pela presidência da Casa, os dois partidos reforçaram a oferta a outras legendas sobre a formação de super blocos partidários para a escolha dos demais cargos da Mesa. Isso pode resultar na ausência de petistas ou peemedebistas, as duas maiores bancadas, na composição do comando da Câmara.
De olho na presidência, os dois partidos passaram a oferecer a outras legendas a possibilidade de formação de blocos partidários para a disputa da Mesa. Com a formalização das frentes partidárias, estas siglas teriam a prioridade na escolha dos cargos. São 11 em disputa, além da presidência: duas vices, quatro secretarias e quatro suplências.
Concretizados os blocos, eles trariam dificuldades à articulação política da presidenta Dilma Rousseff na Câmara. Sem presença na Mesa Diretora, as brigas entre PT e PMDB aumentariam. Líderes acreditam que, independentemente do resultado de domingo, a segunda-feira (2) pós eleição será para aparar as arestas. Um deputado da base próximo ao Planalto comentou que "bombeiros" entrarão em cena para apaziguar as bancadas.
Durante toda a sexta-feira (30), emissários do PT e do PMDB conversaram com lideranças partidárias. Eles buscam os mesmos partidos, até agora sem posição oficial definida: PP e PR. Além destes, o PRB, que anunciou apoio ao candidato peemedebista, Eduardo Cunha (RJ), em dezembro, também é alvo de petistas. Líderes do partido estiveram em um almoço de apoio à candidatura de
Arlindo Chinaglia (PT-SP) na quarta-feira (28).
Os petistas reforçaram a articulação com partidos governistas na tentativa de montar um bloco. Hoje, receberam o apoio formal do PDT - que tem 19 deputados -, e ainda contam com outras bancadas que não se manifestaram. Já o PMDB está atrás especialmente de legendas da oposição. Não desistiu de convencer PSDB, PPS e PV a apoiar sua candidatura.
Emissário
Pelo lado do PMDB, o principal emissário é o deputado
Paulinho da Força (SD-SP). Ele participou de reuniões com partidos da oposição hoje e ampliou a oferta. Antes, por exemplo, Cunha tinha prometido que o PSDB ficaria com a primeira vice-presidência caso desistisse de apoiar Júlio Delgado (PSB-MG). Como a cúpula do partido agiu para enquadrar os dissidentes, as promessas aumentaram.
Agora, entrou em pauta a possibilidade de formar um bloco para a eleição da Mesa com dez partidos. Neste cenário, aos tucanos caberia a primeira vice-presidência e ainda uma suplência. Como existe dentro da oposição a busca, em segundo plano, de derrotar o PT, peemedebistas têm apelado para este lado. Na estimativa do PMDB, caso consiga alcançar dez legendas, o resultado relegaria aos petistas apenas uma suplência de secretaria.
Escolhas
Mas, da mesma forma que os peemedebistas estão querendo tirar o PT da Mesa, os petistas passaram a executar plano similar. Em projeções feitas internamente, o partido precisaria angariar o apoio dos indecisos PP e PR, do PRB, hoje com Cunha, e do PEN, que já sinalizou a migração para a campanha de Chinaglia. O resultado traria até cinco cargos para o bloco partidário.
Nesta conta entra a presidência da Câmara. "Nós queremos fazer um grande bloco para assegurar a governabilidade", disse o deputado
José Guimarães (PT-CE). Nas projeções feitas por ele, se o PT conseguir a formação de um bloco com PP, PR, PRB e PEN, que se juntariam a Pros, PDT, PCdoB e PSD, seria possível assegurar quatro escolhas e ainda disputar o principal cargo da Mesa.
Na simulação feita pelo deputado, que também é vice-presidente nacional do partido, ao PMDB restaria a nona escolha na Mesa Diretora. Ou seja, o partido ficaria apenas com a suplência da Segunda Secretaria.
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