[caption id="attachment_194013" align="alignleft" width="285" caption="Bancada feminina no Congresso manteve praticamente o mesmo tamanho na atual legislatura"]
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[fotografo]Luis Macedo/Ag. Câmara[/fotografo][/caption]Embora representem mais da metade da população e do eleitorado nacional, as mulheres ocupam somente 13% dos cargos eletivos no Brasil. Dos 64.678 escolhidos para exercer mandato político em 2012 e 2014, apenas 8.499 são mulheres, mostra levantamento da
Revista Congresso em Foco com base em dados do TSE.
Nunca tantas mulheres se candidataram como no ano passado. Um salto de 46,5% em relação a 2010. Na disputa pela Câmara, o aumento no registro de candidaturas femininas foi de expressivos 88%. Pela primeira vez, o país esteve perto de cumprir a lei eleitoral que reserva 30% das vagas a candidatas (28,6%). Mas o resultado das urnas esteve longe de refletir nova realidade: o número de eleitas foi praticamente o mesmo de quatro anos atrás. Elas ocupam apenas 51 cadeiras na Câmara e 13 no Senado.
Nem mesmo a reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT) é capaz de encobrir a sub-representação feminina na política brasileira. As campanhas cada vez mais caras, o financiamento privado e o acesso restrito ao dinheiro do fundo partidário, distribuído de maneira desigual pelos homens que controlam as máquinas partidárias, afastam a mulher da política. Problemas que também mantêm longe do poder outros segmentos sub-representados, como negros, índios e pardos. Essa é a opinião unânime de quatro senadoras e três deputadas reunidas pela
Revista Congresso em Foco para debater por que, afinal, o filtro das urnas é tão estreito para as mulheres.
"O curral está fechado", observa a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), para quem a principal barreira a ser superada pelas mulheres são seus próprios partidos, em geral, controlados por homens que decidem quais candidaturas devem ser priorizadas e objeto de investimento. "Pensam que nós somos um espaço decorativo", acrescenta a senadora
Lídice da Mata (PSB-BA), a primeira mulher a comandar a prefeitura de Salvador, terceira maior cidade do país. Deputadas constituintes, as duas recordam que, em meados dos anos 80, sequer havia banheiro para as parlamentares no Congresso.
[caption id="attachment_188858" align="alignright" width="420" caption="Clarissa Garotinho, Christiane Yared, Simone Tebet,
Eliziane Gama, Lúcia Vânia,
Lídice da Mata e Ana Amélia participaram de debate promovido pela revista"]
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[fotografo]Edgar Marra[/fotografo][/caption]Além de Lúcia Vânia e
Lídice da Mata, o debate também reuniu as senadoras Simone Tebet (PMDB-MS) e Ana Amélia (PP-RS) e as deputadas Clarissa Garotinho (PR-RJ), Christiane de Souza Yared (PTN-PR) e
Eliziane Gama (PPS-MA). Clarissa foi a deputada mais votada do país no ano passado. Christiane e Eliziane tiveram a maior votação em seus estados. O Brasil fica
atrás até de países do Oriente Médio em representação feminina na política.
Leia a íntegra do levantamento e os melhores momentos do debate na Revista Congresso em Foco
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