Acampamento dos movimentos sociais
[caption id="attachment_237879" align="alignleft" width="285" caption="Militantes de movimentos sociais aguardam pronunciamento de Lula"]
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[fotografo]Patrícia Cagni[/fotografo][/caption]O ex-presidente Lula esteve, na manhã deste sábado (16), no acampamento dos militantes que organizam as manifestações contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em Brasília. Em discurso acalorado no ato "Movimentos Populares pela Democracia e Contra o Golpe", Lula afirmou que o pronunciamento seria rápido porque ele precisava "conversar com alguns governadores". De acordo com ele, a busca de votos contra o impeachment na Câmara não cessa e parece uma bolsa de valores, "que sobe e desce", fazendo referência às listas que tentam prever o resultado da votação de amanhã (domingo, 17).
"É uma guerra. Você tem que conversar 24 horas por dia, então eu tenho que voltar para conversar com governadores que podem nos ajudar", explicou o ex-presidente, quase afônico. De acordo com Lula, para conquistar a Presidência da República, ele teve de disputar três eleições, enquanto, agora, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-RJ), tenta chegar ao cargo com "golpe".
O ex-presidente também criticou as notícias de jornais que disseminaram informações sobre possíveis incitações a confrontos nas manifestações de domingo (17). Lula pediu que os integrantes dos mais de 60 movimentos sociais que devem participar dos atos tenham "paciência" e não reajam "a provocações".
"Nós cansamos de fazer movimento neste país, vocês nunca viram a gente pregar a discórdia, a gente pregar o ódio. Nós nunca ofendemos ninguém no bar, no restaurante, no aeroporto. Nunca fizemos isso porque nós sabemos divergir, mas também sabemos conviver democraticamente a diversidade. Se tem alguém que quer paz nesse país é o trabalhador, que precisa de paz para trabalhar, para cuidar das suas famílias, para levar o pão para casa todo dia", enfatizou Lula.
[caption id="attachment_237882" align="alignright" width="300" caption="Movimentos sociais contra o impeachment estão acampados no estacionamento do ginásio Nilson Nelson"]
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[fotografo]Patrícia Cagni[/fotografo][/caption]"Não adianta carregar a bandeira amarela para dizer que são mais brasileiros que nós. Brasileiros somos nós, pela nossa origem, trabalho, pela nossa vinculação com esse país. Esse negócio de ficar criticando o
Vermelho, [...] manda furar o dedo para ver se o sangue sai amarelo", finalizou o ex-presidente.
Apesar de estar confirmada até a manhã de hoje para participar do ato, por volta das 10h, a presidente Dilma Rousseff cancelou a ida até o evento. Ministros, parlamentares e membros de mais de 60 movimentos sindicais que estão contra o impeachment prestaram apoio ao ex-presidente Lula durante o discurso.
No acampamento, um grupo organizou o aparato tecnológico para realizar a transmissão "ao vivo" da sessão plenária que acontece na Câmara dos Deputados desde ontem (sexta, 15). Jovens acompanhavam por um laptop todos os pronunciamentos feitos pelos parlamentares sobre os direcionamentos de cada voto e transmitiam aos militantes presentes como está o clima durante os debates no Congresso Nacional.
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