[caption id="attachment_244356" align="alignleft" width="285" caption="Fernando Moura foi preso em agosto e liberado em novembro após fazer acordo de delação premiada"]
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[fotografo]Reprodução/TV Globo[/fotografo][/caption]O juiz federal
Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, anulou o acordo de delação premiada do empresário Fernando Antônio Hourneaux de Moura, que admitiu ter mentido em depoimento, e decretou novamente a prisão preventiva dele.
Amigo do ex-presidente Lula e apontado como operador do PT no esquema de corrupção na Petrobras, Moura foi preso em agosto na mesma fase da operação que prendeu o ex-ministro José Dirceu. Ontem, os dois foram condenados por Moro. A pena imposta a Dirceu é de
23 anos e 3 meses de prisão. O empresário foi condenado a 16 anos e 2 meses, acusado de ter recebido R$ 5 milhões em propina desviados da Petrobras.
Esta é a primeira delação anulada por Moro na Lava Jato. As informações
são do site da revista Veja. Fernando Moura estava solto desde novembro, quando fechou o acordo de colaboração. Em depoimento à Procuradoria, o empresário disse ter sido aconselhado por Dirceu a deixar o país em 2005, no auge do escândalo do mensalão, até que a "poeira baixasse".
Ao depor diante de Moro, ele deu outra versão: disse que se retirara do Brasil após ser nome aparecer em denúncia publicada em reportagem de Veja. Depois, contestado pelo juiz sobre a contradição, ele admitiu ter mentido e ter tomado a decisão com base no conselho de Dirceu.
As "idas e vindas" nos depoimentos de Moura "impactaram de forma irrecuperável a sua credibilidade", escreveu o magistrado em seu despacho. Segundo ele, o empresário não forneceu qualquer prova para comprovar os seus relatos. "Não se trata de tratamento severo, pois o colaborador que mente, além de comprometer seu acordo, coloca em risco a integridade da Justiça e a segurança de terceiros que podem ser incriminados indevidamente", completou.
Para Moro, a prisão é necessária porque há risco de Moura fugir do país. "Considerando o comportamento processual pretérito, há um risco concreto de que, diante da violação do acordo e pela negativa de benefícios, venha novamente refugiar-se no exterior, já que agora a perspectiva de sofrer sanção penal é muito mais concreta do que anteriormente", argumentou o juiz.
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