O senador Oriovisto Guimarães (Podemos/PR) [fotografo] Jefferson Rudy/Agência Senado [/fotografo]
Um manifesto que pede o veto integral do projeto de lei que define os 37 crimes de
abuso de autoridade que podem ser cometidos por servidores públicos e os membros dos Três Poderes será entregue por um grupo de senadores ao presidente
Jair Bolsonaro. A ideia foi de
Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) e recebeu a assinatura de 33 senadores nesta quarta-feira (21).
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"Nós, Senadores da República, subscrevemos este manifesto com o objetivo de conclamar o Presidente da República, Jair Bolsonaro, para que vete integralmente o Projeto de Lei nº 7596/2019, que define as situações que configuram abuso de autoridade, o qual foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 14/08/2019. Entendemos que o projeto poderá impor sérios riscos a diversas investigações, principalmente àquelas relacionadas ao combate à corrupção", diz o manifesto.
O documento foi assinado pelos senadores
Eduardo Girão (Podemos-CE),
Styvenson Valentim (Podemos-RN),
Oriovisto Guimarães (Podemos-PR),
Leila Barros (PSB-DF),
Flávio Arns (Rede-PR), . Lasier Martins (Podemos-RS, Álvaro Dias (Podemos-PR),
Alessandro Vieira (Cidadania-SE),
Esperidião Amin (PP-SC),
Marcos do Val (Podemos-ES),
Jorge Kajuru (Patriota-GO),
Carlos Viana (PSD-MG), Mailza Gomes (PP-AC), Major Olímpio (PSL-SP),
Sérgio Petecão (PSD-AC), Juíza Selma (PSL-MT),
Soraya Thronicke (PSL-MS), Arolde de Oliveira (PSD-RJ),
Plínio Valério (PSDB-AM),
Rodrigo Cunha (PSDB-AL),
Luis Carlos Heinze (PP-RS),
Romário (Podemos-RJ), Jorginho Mello (PL-SC), Reguffe (S/partido-DF), Elmano Férrer (Podemos-PI),
Izalci Lucas (PSDB-DF),
Fabiano Contarato (Rede-ES),
Zequinha Marinho (PSC-PA), Simone Tebet (MDB-MS),
Randolfe Rodrigues (Rede-AP),
Mara Gabrilli (PSDB-SP),
Lucas Barreto (PSD-AP) e Rose de Freitas (Podemos-ES).
"Este veto integral depende, agora, somente do presidente Jair Bolsonaro, pois o apoio no Senado ele já tem. O veto não será derrubado aqui no Congresso, afinal a votação tem de ser nominal", destacou Oriovisto. Ele lembrou que, se Bolsonaro vetar integralmente a proposta, esse veto será avaliado primeiramente pelos senadores, já que o projeto nasceu no Senado. E se o veto for mantido no Senado ele não precisará ser analisado pelos deputados.
Outras categorias também já pediram vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto do abuso de autoridade. Entre eles, a
bancada da bala e os procuradores da Força Tarefa da
Lava Jato.
Magistrados e membros do Ministério Público chegaram até a protestar contra a medida na frente do Palácio do Planalto. Todos alegando que o projeto prejudica a investigação da corrupção.
A
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por sua vez, tem defendido a sanção do projeto. Nesta quarta-feira, por exemplo, a ordem disse que o projeto é equilibrado e "inclui tema importante para a advocacia e para a garantia do direito de defesa do cidadão, que é a criminalização da violação das prerrogativas do advogado". "A Ordem dos Advogados do Brasil, que tem como missão fundamental a defesa do Estado Democrático de Direito, enxerga nessa importante atualização legislativa um grande avanço para efetivamente demonstrar à sociedade brasileira que ninguém está acima da lei e do respeito à Constituição Federal", concluiu a OAB.
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