[caption id="attachment_203459" align="alignleft" width="273" caption="Beatriz Catta Preta não precisará mais dar explicações à Câmara"]
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[fotografo]Divulgação[/fotografo][/caption]A Justiça Federal de Barueri (SP) negou, nesta sexta-feira (21), interpelação judicial impetrada pela Procuradoria Parlamentar da Câmara contra a advogada Beatriz Catta Preta, que disse ter sido ameaçada por deputados membros da
CPI da Petrobras. A advogada atuou na defesa de réus da Operação Lava Jato e ajudou na homologação de 22 acordos de delação premiada.
O pedido de explicações na Justiça foi impetrado no dia 7 de agosto passado após Catta Preta declarar que foi "
perseguida por parlamentares" integrantes da CPI da Petrobras. Depois das ameaças, ela deixou as defesas dos acusados de participação no esquema de corrupção na Petrobras e, em seguida, anunciou o fim da carreira. Segundo a ex-advogada, as intimidações se intensificaram após depoimento do lobista Júlio Camargo segundo o qual o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu US$ 5 milhões em propina para facilitar um contrato com a estatal.
De acordo com o juiz que analisou a interpelação judicial da Câmara, José Tarcísio Januário, a Casa "não tem legitimidade" para fazer qualquer reclamação. Na visão do juiz, o deputado que se sentisse ofendido, deveria ser o responsável por ingressar com medidas judiciais contra a advogada.
"Em nada altera a conclusão o fato de que a Procuradoria da Câmara possuir a competência regimental de defender os membros da Câmara ou de seus órgãos quanto atingidos em sua honra, havia vista que, tratando-se de direito personalíssimo de cada deputado que se sinta ofendido, se faz necessário instrumento de mandato específico para o fim almejado", explicou o juiz na decisão judicial.
Após Catta Preta afirmar que foi ameaçada, o próprio presidente da Câmara determinou que a Procuradoria Parlamentar da Casa elaborasse a interpelação judicial. Cunha queria que a advogada respondesse pelos crimes de calúnia e difamação.
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