[caption id="attachment_202541" align="alignleft" width="285" caption="Levy trava uma disputa interna no governo para aumentar arrecadação"]
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[fotografo]Marcello Casal Jr. / Agência Brasil[/fotografo][/caption]O setor empresarial iniciou uma frente de defesa pela manutenção de Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda. A informação é do jornal
Valor Econômico desta sexta-feira (4). Ainda de acordo com a reportagem de Cláudia Safatle, o próprio ministro disse a amigos que "não se pode deixar a economia à deriva".
Essa frente de apoio a Levy é encabeçada pelo presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco e do banco Itaú, Roberto Setúbal. Eles, ao lado de outros interlocutores, têm mostrado para a presidente Dilma Rousseff o risco de uma eventual saída de Levy do cargo.
"Trabuco esteve com Dilma na quarta-feira. A ela teria dito, segundo fontes, que Levy não teve as condições de trabalho necessárias e explicou o que pode acontecer com os mercados, com os bancos, com a economia e com o país caso ela mudasse, como mudou, a política fiscal, assumindo uma opção desenvolvimentista. Dilma teria se preocupado com o que ouviu", informa um trecho da reportagem.
O próprio ministro tem dado sinais de insatisfação pela falta de comprometimento do governo federal com as metas de superávit primário estabelecidas para que seja retomado o crescimento econômico. Em reunião de pouco mais de uma hora ocorrida nesta quinta-feira (3), entre Levy; os ministros Nelson Barbosa, do Planejamento e Aloizio Mercadante, da Casa Civil e a presidente, o ministro da Fazenda pediu comprometimento da petista com a meta de superávit primário de 0,7% para o ano que vem. Dilma, entretanto, não deu qualquer garantia de que poderia cumprir esta meta.
Levy tem insistido com a presidente de que é necessário se realizar cortes para "ancorar o mercado", mas ele vem enfrentando resistência de integrantes do PT, principalmente dos ministros Mercadante e Barbosa. Levy trabalha em duas frentes: na primeira, tenta convencer o governo a aumentar o corte de gastos e na outra busca outras fontes de arrecadação. Apesar do governo ter encaminhado ao Congresso um Projeto de Lei Orçamentário Anual (PLOA) com déficit de R$ 30,5 bilhões, acredita-se que o rombo nas contas públicas chegue à R$ 60 bilhões.
"Na quarta-feira, o ministro da Fazenda teve duas conversas com a presidente. Não teria pedido demissão de forma explícita, segundo fontes oficiais. Mas deixou claro seu incômodo com a situação de conflito dentro do governo, com o desgaste que vem sofrendo, e disse que sem o compromisso com a meta de superávit de 0,7% do PIB, os mercados vão se desancorar completamente e o jogo estará perdido", informa o
Valor.
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