[caption id="attachment_87216" align="alignleft" width="285" caption="Gilmar Mendes foi voto vencido no julgamento que desmembrou Lava Jato"]

[fotografo]Nelson Jr./STF[/fotografo][/caption]O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse nesta sexta-feira (25) que o Judiciário terá de criar uma coordenação única caso os processos relativos a Operação
Lava Jato sejam enviados a tribunais diferentes. A possibilidade foi aberta após a corte decidir redistribuir a relatoria do inquérito que investiga a senadora
Gleisi Hoffmann (PT-PR). Até o momento, todos casos ligados à operação eram relatados pelo ministro Teori Zavascki.
Para a maioria dos ministros, inquéritos que não se relacionem diretamente com a Petrobras, mesmo que tenham sido descobertos durante investigações da Lava Jato, podem ser remetidos a outros magistrados da Corte. Além disso, o STF decidiu pela remessa do processo da 13ª Vara Federal de Curitiba para a Justiça de São Paulo, uma vez que a maior parte dos fatos denunciados teria ocorrido lá.
Gilmar Mendes e o ministro Celso de Mello foram os únicos, entre os dez ministros presentes, que votaram contra a medida. "No meu voto, chamei a atenção para isso. Temos de ler o velho Código do Processo Civil, de 1941, à luz da nova situação colocada com a lei de organizações criminosas", afirmou Mendes, após participar de um almoço promovido pelo Instituto dos Advogados de São Paulo .
Como os crimes estão ligados, segundo as denúncias apresentadas até o momento, será necessário, na opinião de Mendes, coordenar o trabalho entre os diferentes juízes e tribunais de forma unificada. "Tira-se de Curitiba e vem para São Paulo, um outro tribunal. Portanto, é uma outra estrutura. Isso terá de ser coordenado. Estamos falando de crimes que ocorrem no Brasil todo e no exterior."
O ministro informou ainda que espera rediscutir a questão dentro do próprio STF, uma vez que novas ações com o mesmo objetivo devem ser apresentadas pela defesa de outros acusados.
"Tenho a impressão de que muitas dessas pessoas investigadas ou presas em Curitiba entrarão com esse mesmo argumento e o tribunal terá de fazer outras distinções", previu. "Então, acho que teremos, em algum momento, de rediscutir esse tema e proceder a atualização", concluiu o ministro.
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