[caption id="attachment_220737" align="alignleft" width="390" caption="Em São Paulo para tratamento médico, Delcídio contou à revista Veja que foi de moto a protesto contra Dilma na Avenida Paulista, no último dia 13"]

[fotografo]Geraldo Magela/Ag. Senado[/fotografo][/caption]O Conselho de Ética do Senado aprovou, nesta quarta-feira (23), requerimentos para convocar o ator Bernardo Cerveró, o advogado Edson Ribeiro e Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (MS), a deporem no âmbito do processo de cassação do ex-líder do governo. O senador era esperado na reunião de hoje do colegiado para prestar depoimento, mas apresentou outra licença médica e não compareceu. Um novo encontro para ouvir as explicações de Delcídio foi marcado para o dia 7 de abril, às 10h, após o vencimento da licença apresentada.
Bernardo Cerveró é filho do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, preso na
Operação Lava Jato, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro. Bernardo foi o responsável pela gravação que incriminou Delcídio. No encontro, o senador ofereceu o pagamento de R$ 50 mil por mês à família Cerveró para que o ex-diretor não fizesse acordo de delação premiada. Assim como o senador, Edson Ribeiro, que era à época o advogado do ex-diretor da estatal, e Diogo Ferreira também foram presos por tentativa de obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
Os depoimentos das testemunhas estão marcados para a próxima terça-feira (29), às 14h30. Os senadores lamentaram a ausência de Delcídio e alertaram para o uso de manobras protelatórias por parte do ex-petista. O presidente do colegiado, João Alberto (PMDB-MA), informou que, algumas horas antes do início da reunião desta quarta-feira, recebeu um requerimento de autoria da defesa de Delcídio para suspender todo o processo no Conselho de Ética até que o prazo da licença médica do acusado seja encerrado.
No entanto, os integrantes do colegiado decidiram dar andamento ao caso. "Há uma evidente intenção de procrastinação", disse Lasier Martins (PDT-RS). "Quero alertar para que não se repita aqui o que acontece há meses na Câmara dos Deputados. Que não se repita aqui o mesmo abuso", ponderou o senador, em alusão ao processo de cassação do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se arrasta desde o fim do ano passado.
Definida a nova data para ouvir o depoimento de Delcídio, os senadores consideraram algumas hipóteses caso o acusado apresente nova licença e não compareça à reunião. Os membros do colegiado levantaram a possibilidade de colher o depoimento do senador por videoconferência, ou por meio de seu advogado, ou até mesmo deslocando uma equipe do Conselho de Ética para São Paulo, onde o senador realiza tratamento médico.
Além da convocação das três testemunhas, também foi aprovado o requerimento do relator do caso, Telmário Mota (PDT-RR), para juntar ao processo as entrevistas concedidas por Delcídio na última semana à TV Globo e à revista
Veja. O conselho também resolveu incluir nos autos uma cópia da delação premiada do senador.
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