Ministro é o relator da Operação Lava Jato no STF
[caption id="attachment_248949" align="alignright" width="300" caption="Teori mantém a delação sob sigilo no STF"]

[fotografo]Agência Brasil[/fotografo][/caption]Relator da
Operação Lava Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki homologou o acordo de delação premiada do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, Fábio Cleto. Cleto é indicação do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e pode complicar ainda mais a situação do deputado peemedebista, já réu da Lava Jato. Rumores dão conta de que os relatos de Cleto podem comprometer também o ex-ministro do Turismo Henrique Alves, que pediu
demissão ontem (quinta, 16) para
"não criar constrangimentos" ao governo do amigo e aliado Michel Temer.
Devido ao segredo de Justiça, ainda não há detalhes públicos sobre os termos que norteiam o acordo de delação. No entanto, segundo o inquérito em curso no STF desde março, Eduardo Cunha é mencionado em depoimentos de delação premiada feitos pelos empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Junior, sócios na empreiteira Carioca Engenharia - à Procuradoria-Geral da República (PGR), eles disseram que Cunha e Fábio Cleto cobravam propina para liberar recursos do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) para subsidiar construtoras nas obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
Essas revelações integram uma terceira denúncia formalizada na semana passada pela PGR contra Cunha no Supremo. Por meio de nota, o presidente afastado, que enfrenta recomendação de cassação aprovada no Conselho de Ética da Câmara, negou ter recebido vantagem indevida de esquema de corrupção e acusou o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ser "seletivo" ao formular denúncias contra ele.
Eduardo Cunha nega ter indicado Cleto para a função de vice-presidente da Caixa Econômica, embora haja informações em contrário. O delator foi exonerado do posto em 10 de dezembro de 2015 pela presidente Dilma Rousseff, uma semana depois da determinação de andamento, por parte de Cunha, do pedido de impeachment formalizado por juristas na Casa e em fase de conclusão no Senado. A saída de Cleto foi mais um indicativo de que ele tem ligações com o deputado.
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