[caption id="attachment_226898" align="alignleft" width="285" caption="Otávio Marques de Azevedo cumpre prisão domiciliar desde o início de fevereiro"]

[fotografo]Reprodução/Youtube[/fotografo][/caption]A quebra do sigilo de mensagens trocadas pelo celular do ex-presidente da empreiteira Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo revelou que, durante o período das eleições, o empresário recebia com frequência recados de políticos e tesoureiros de campanhas com pedidos de doações. Alguns dos interlocutores identificados foram o ex-ministro Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014, Oswaldo Borges da Costa Filho, ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais e apontado como tesoureiro informado do PSDB-MG, além de Álvaro Souza, da equipe financeira da campanha de Marina Silva. As informações são do jornal
Folha de S.Paulo.
Otávio Marques de Azevedo foi preso na
Operação Lava Jato há um ano e cumpre
prisão domiciliar desde o início de fevereiro. Em troca de mensagens realizada em agosto de 2014, Edinho Silva questiona o executivo a respeito da falta de doações. "Repassei o problema da não contribuição e estão pedindo para vc fazer ao menos 10 até amanhã para não paralisar setores importantes da campanha. Aguardo retorno", escreveu o ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social. Otávio responde apenas com uma pergunta sobre o número da conta da campanha. De acordo com a Polícia Federal, "10" é uma referência a uma doação no valor de R$ 10 milhões
Ainda em agosto de 2014, Oswaldo Borges conversa com o executivo e encaminha uma mensagem que indica o recebimento de uma doação: "Com vc funciona!!!! Rss". Otávio Marques de Azevedo também trocou mensagens agendando um encontro com Álvaro Souza, identificado no telefone como "Tesoureiro Marina - PV".
Procurados, os partidos informaram que as doações realizadas pela empreiteira foram legais e estão registradas na Justiça Eleitoral.
Ministro
As mensagens apreendidas também revelaram uma conversa em 2013 entre o executivo e o então chefe da Secretaria de Aviação Civil e atual ministro de Temer, Moreira Franco. O tema das mensagens era a concessão do aeroporto internacional de Confins, em Minas Gerais, cujo leilão foi realizado em 22 de novembro. A Andrade Gutierrez integra o Grupo CCR, líder do consórcio AeroBrasil, que arrematou o negócio de R$ 1,82 bilhão.
"Prezado Ministro, conforme prometido não apenas participamos mas compramos CONFINS. Abs. Otávio", escreveu o executivo ao ministro no mesmo dia em que o negócio foi fechado. "Vocês são craques. Foi aonde houve competição. Vamos em frente. Abs e obrigado", respondeu Moreira Franco.
De acordo com o jornal
O Estado de S.Paulo, a Polícia Federal suspeita que tenha ocorrido acerto prévio nos pacotes de concessões de aeroportos. A análise das mensagens também revela que o executivo e o ministro teriam se encontrado dez dias antes do leilão de Confins. Esta é a primeira vez que o atual secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo Temer aparece na Lava Jato em troca de mensagens com empresários investigados.
A assessoria de imprensa de Moreira Franco informou que "como responsável pela área, o ministro conversou com todos os potenciais interessados em participar dos leilões de concessão".
Leia a matéria completa do jornal Folha de S.Paulo
Leia a matéria completa do jornal O Estado de S.Paulo
Mais sobre Operação Lava Jato