[caption id="attachment_258941" align="alignright" width="331" caption="Dilma recebeu Lula no Alvorada. Ex-presidente deve acompanhar das galerias do Senado o depoimento de sua sucessora"]

[fotografo]Roberto Stuckert Filho/PR[/fotografo][/caption]Horas antes de fazer sua defesa pessoalmente no Senado, a presidente afastada Dilma Rousseff agradeceu nesse domingo à noite o empenho dos senadores aliados durante o processo de impeachment e disse estar segura e confiante para encarar o Plenário nesta segunda-feira (29). Reunida no Palácio da Alvorada com o ex-presidente Lula e a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), sua ministra da Agricultura, Dilma conversou por telefone, no viva-voz, com um grupo de aliados que se encontrava no apartamento da senadora
Lídice da Mata (PSB-BA).
Na conversa, a presidente declarou que está disposta a responder, pelo que tempo for necessário, a qualquer questionamento dos senadores. "Acho melhor esgotarmos a discussão até o tempo que for necessário", disse Dilma. A presidenta afastada terá 30 minutos para sua defesa em plenário. Depois, cada senador inscrito terá cinco minutos para fazer perguntas. Até ontem, mais de 40 parlamentares haviam feito inscrição para questionar a petista.
Os senadores contrários ao impeachment procuraram demonstrar confiança na possibilidade de reverter votos e atrair a adesão dos que se declaram indecisos. O afastamento definitivo da presidente ocorrerá se ao menos 54 dos 81 parlamentares assim o decidirem. Presentes ao encontro na casa de Lídice, Vanessa Grazziottin (PCdoB-AM) e
Paulo Paim (PT-RS) disseram acreditar na possibilidade de reverter até 13 votos. "É possível reverter todos esses votos", disse Vanessa. "Uma vez alguns votando, podemos chegar até a 32 (contra o impeachment)", afirmou ela.
"Tem senador conversando com Dilma, tem senador conversando com Temer", disse o senador
Lindbergh Farias (PT-RJ). Ele afirmou ter confiança de que o discurso de Dilma será capaz de mobilizar a sociedade, sendo um "ponto de virada" no convencimento de senadores que ainda não declararam voto. "A sessão de amanhã (hoje) vai ser muito tensa, um momento dramático da história do país. a gente acha que vai ser um discurso de grande impacto na opinião pública."
Perguntas
A reunião na casa de
Lídice da Mata teve como objetivo afinar os questionamentos que serão feitos a Dilma pelos senadores contrários ao impeachment. O grupo deve deixar questões técnicas de lado e apostar no aspecto emocional da presidenta, fazendo perguntas "simples, mas abrangentes", segundo Vanessa Grazziotin. "Pretendo perguntar como ela se sente diante de todo esse processo", revelou Randolfe.
Num último empenho de negociação com a base governista do presidente interino, Michel Temer, o grupo de defesa de Dilma tenta fazer com que sejam intercaladas as falas de parlamentares favoráveis e contrários ao impeachment no momento em que terão oportunidade de fazer questionamentos à presidenta.
Pela ordem de inscrição, há um bloco de 12 senadores favoráveis ao impeachment em sequência antes que algum parlamentar contrário ao impedimento volte a falar. "Isso é ruim para nós e ruim para eles, acredito que será possível quebrar isso, intercalar, como é o costume no parlamento", disse Vanessa Graziotin.
Com informações da Agência Brasil
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