[caption id="attachment_272477" align="aligncenter" width="430" caption="Validada a delação, Odebrecht pode ter pena reduzida"]
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[fotografo]Divulgação/Agência Brasil[/fotografo][/caption]
O juiz Márcio Schiefler Fontes, do Supremo Tribunal Federal (STF), auxiliar de Teori Zavascki, vai ouvir nesta sexta-feira (27) o ex-presidente da Odebrecht,
Marcelo Odebrecht. O empresário, preso desde 19 de junho de 2015, quer validar o acordo de delação premiada. Ele foi detido na 14ª fase da
Operação Lava Jato. A audiência será realizada na sede da Justiça Federal de Curitiba. Por enquanto, Odebrecht cumpre a pena na carceragem da Polícia Federal (PF).
Em troca da delação premiada do empresário, a pena do principal herdeiro da empreiteira - condenado por
Sergio Moro a 19 anos e quatro meses de reclusão - deve ser reduzida. Caso o acordo seja validado, Marcelo Odebrecht permanecerá em regime fechado até dezembro de 2017. Depois, vai cumprir os outros sete anos e meio em regime semiaberto e aberto, o que inclui o domiciliar.
Nessa terça-feira (24), a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, autorizou a equipe do ministro relator da Lava Jato na Corte - morto em acidente de avião no último dia 20 - a continuar as investigações e diligências necessárias para concluir a homologação das delações premiadas feitas por executivos da Odebrecht. Mais de 70 profissionais serão ouvidos.
Trata-se do mais temido processo da Lava Jato, pelo volume de informações em
poder da empreiteira e pela quantidade de políticos beneficiados no esquema de fraude em contratos -tentando dimensionar o poder de fogo da série de delações, o ex-presidente José Sarney, flagrado em áudios em conversas suspeitas com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, também delator da Lava Jato, diz que a "Odebrecht vem com uma metralhadora de ponto 100". "Temer negociou condições com a oposição", disse o cacique peemedebista, referindo-se ao hipotético acordo para derrubar a presidente Dilma Rousseff.
O conjunto de informações em poder da Odebrecht assusta a centenas de políticos em atividade - e não só pelas delações, mas também devido a uma planilha em poder da força-tarefa da Lava Jato com valores atribuídos a nomes suspeitos de receber dinheiro da empresa. Análise feita pelo Congresso em Foco nesses documentos - que se encontravam em poder do executivo do grupo Odebrecht Benedicto Barbosa Silva Júnior depois de apreendidos pela Polícia Federal, em fevereiro, e divulgados em março - dão uma dimensão impressionante sobre o seu alcance. Os papéis, entre os quais cópias de planilhas com várias anotações a mão, atribuem doações eleitorais a perto de três centenas de políticos.
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