Apoiadores de
Jair Bolsonaro cobriram com uma lona um outdoor com críticas ao presidente na cidade de São Gabriel do Oeste, no
Mato Grosso do Sul nesta terça-feira (15). Menos de três horas após a instalação da peça, um grupo de fazendeiros da região chegou ao local em uma caminhonete e disse que se não fosse coberto, o cartaz seria destruído com uma motosserra.
As ameaças foram feitas a um homem chamado Passo Longo, dono do outdoor, que cedeu aos fazendeiros e permitiu cobrir a mensagem. Em áudio recebido pelo
Congresso em Foco ele diz que foi um advogado quem contratou o espaço e que a mensagem viria pronta. "Pagou adiantado e dai chegou o cartaz para colar e eu não sabia o que era. Quando foram colar que os peões chegaram aqui me falando que era fora Bolsonaro, não sabia, se não, nunca ia alugar".
O
Congresso em Foco tentou contato com o advogado, mas ainda não obteve resposta. O outdoor questiona o presidente sobre a movimentação financeira entre as contas da primeira-dama,
Michelle Bolsonaro e o ex-assessor de
Flávio Bolsonaro,
Fabrício Queiroz."São Gabriel quer saber por que foi depositado 89 mil na conta da sua mulher", indaga o cartaz.
Em um grupo da cidade no Facebook, um morador disse que o local é "terra de coronéis, de ditadores". Disse ainda que são "ladrões que nos roubam a liberdade de expressão".
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[fotografo] Reprodução[/fotografo][/caption]Há alguns dias outro outdoor também foi colocado na cidade, este em apoio a Bolsonaro. A peça não teve represália.
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Pelas redes sociais, apoiadores de Jair Bolsonaro saíram em defesa do grupo que censurou a placa.
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Segundo reportagem da revista eletrônica
Crusoé, Fabrício Queiroz depositou pelo menos 21 cheques na conta da primeira dama. As transações, feitas entre 2011 e 2018, somam R$ 72 mil. Segundo a revista, as transferências foram identificadas na quebra de sigilo bancário de Queiroz. A revelação contraria a versão dada pelo presidente Jair Bolsonaro de que o depósito no valor de R$ 24 mil, conhecido desde dezembro de 2018, era parte do pagamento de um empréstimo de R$ 40 mil que fizera ao ex-policial, seu amigo desde 1985. O repasse, na época, foi considerado atípico pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Queiroz e
Flávio Bolsonaro são investigados pela suspeita de comandarem um esquema de apropriação de salário de servidores do gabinete do filho do presidente quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, a chamada "rachadinha".
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