PT do Rio Grande do Sul passou a apoiar Eduardo Leite depois do PSDB de São Paulo apoiar campanha de Lula. Foto: Lucas Neiva/Congresso em Foco
Ainda sem rumo certo após a desistência do ex-governador paulista
João Doria da campanha presidencial, o
PSDB deverá discutir seus próximos passos na Executiva Nacional, que ocorre na terça-feira (24). Com Doria fora do jogo, apoiadores do gaúcho
Eduardo Leite se preparam para propor a sua candidatura. Para líderes tucanos, a legenda deve manter um candidato próprio nas
eleições.
Eduardo Leite ficou em segundo lugar nas prévias do PSDB, ocorridas em novembro, perdendo por uma diferença de votos de apenas 10%. O co-fundador do PSDB, Marcus Pestana, um dos organizadores das prévias, está entre os líderes partidários que planejam apoiar o candidato gaúcho, entendendo que a sua colocação nas prévias o torna o nome natural para suceder João Doria.
Além de
Marcus Pestana, Leite ainda conta com o apoio do deputado
Aécio Neves (PSDB-MG), que coordena o esforço em manter uma candidatura tucana própria na campanha presidencial. Para Pestana, "o PSDB ou surgirá das cinzas com candidatura própria ou experimentará uma eleição terminal rumo ao suicídio político".
Com a saída de Doria, Eduardo Leite deverá concorrer pela candidatura da terceira via contra
Simone Tebet (MDB-MS), pré-candidata pelo MDB, principal aliado do PSDB nas eleições presidenciais junto ao
Cidadania. Ao
Congresso em Foco, Pestana conta que o clima entre as lideranças tucanas é de preocupação com uma união da terceira via ao redor de uma candidatura emedebista por conta do histórico de decisões internas do partido.
"Simone Tebet não tem a maioria do partido dela. O MDB é um partido dividido entre a ala lulista e a ala bolsonarista. Imagina se a gente apoiar ela agora e, em julho, na convenção nacional do partido, alguma ala derrote ela", apontou Pestana. O MDB já vivenciou duas revogações de pré-campanha por falta de apoio interno: durante as pré-campanhas de Itamar Franco e Germano Rigotto.
Tebet, porém, conta com o apoio de
Bruno Araújo, presidente do PSDB, que afirma ter a aliança com MDB e Cidadania como prioridade, não descartando a possibilidade de abrir mão de uma candidatura tucana. Em coletiva de imprensa concedida após a desistência de Doria, Araújo considerou que o caminho mais natural para os tucanos é a vice-presidência da chapa.
Outro motivo que leva parte das lideranças a apoiarem a candidatura de Eduardo Leite é o próprio funcionamento do partido. "Isso é vital para o PSDB, porque não somos um partido qualquer. Dos 35 partidos registrados no TSE, pouquíssimos têm projetos de nação. São partidos em maioria absoluta cartoriais. (...) O PSDB tem um histórico, tem um projeto. Os demais já se adaptam, independente de quem está no poder", apontou Pestana.