?A t?odo final e? ?in?í?cio de ano, independe?ntemente? da conjuntura ou da situação pessoal, por convicção ou por educação, o cidadão ou cidadã deseja a interlocutor?es? um ?"?feliz ano novo?"?. No Brasil, creio que são poucos os imunes a isso, inclusive eu?,? por educação?,? sempre desejo ?"feliz ano novo?"?.
Hoje, momento ?em ?que escrevo este artigo, última semana do ano, parei para pensar e não por pessimismo, mas pelo ano de 2016 e pela realidade presente, me perguntei: como vou desejar a alguém um ?"?feliz ano novo?"??
Vivemos ?em ?um país onde a aplicação da lei nunca foi regra?. Mas agora, com a fase de preparação do golpe de Estado e ?a ?fase? seg?uin?te, ?de? s?u?a???? consolidação, piorou. A lei sempre foi aplicada?,? e com rigidez - isso não é novidade - contra os pobres, as pu??tas e os pretos.
Agora, além de valer contra esses três ?'?P???s'?, acrescentou-se outro, o do Partido dos Trabalhadores. A es???s??e som?aram-se os militantes em favor das causas sociais, como?,? por exemplo?,? saúde, educação pública de qualidade, direitos humanos, liberdade e democracia?. De uma maneira geral?,? outros Ps, principalmente o?s? do PSDB, estão imunes. Os crimes que cometem, em geral, são invisíveis, perante alguns proc??uradores, policiais e juízes.
O Brasil vive uma profunda crise de representatividade, econômica, política, institucional, moral e humanitária. Diga-se de passagem, crise construída e que agora será de difícil recuperação.
Nos dois anos finais do primeiro mandato da presidenta Dilma?,? os partidos de oposição (PSDB, DEM, PPS, Solidariedade, PSD e seus anexos), junto com a Rede Globo?,? começaram a se opor, não ???à?s políticas do PT e de Dilma, mas à ?construção de um Brasil mais justo e igualitário. Com a reeleição da Dilma, ?a? esses setores se agregaram alguns juízes, policiais federais e procuradores, principalmente os da Operação Lava Jato?,? ??que? passaram a trabalhar com afinco na destruição do Brasil.
Durante a campanha golpista?,? prometeram uma "ponte para o futuro". Basta?ria? derrubar a Dilma e tudo seria melhor. Derrubada Dilma, a ponte virou, de acordo com Fernando Henrique Cardoso, um dos organizadores do golpe, uma pinguela.
Terminamos mal 2016 e começamos 2017 só com perspectivas negativas. Não entrarei em números, mas o que se desenha é diminuição das vendas no comércio; redução da produção industrial; retração da oferta de serviços e como consequência desses três fatores o aumento do desemprego (dezembro de 2014 o desemprego era de 4,8%, hoje é de 11,9%); para os ??que continuarem no emprego, não há perspectiva de aumento real do salário.
Mais, Temer e os golpistas querem uma reforma da Previdência que obrigará uma pessoa a trabalhar no mínimo 40 anos para começar a sonhar em ?se?aposentar; alteração da CLT, colocando o negociado sobre a lei, ou seja, o patrão dirá com todas as letras "ou aceita o que te ofereço ou vai pra rua"; o Sistema Único de Saúde destruído: perda da qualidade da educação pública e diminuição do número de vagas; programa de moradia, como o Minha Casa Minha Vida, desmontado; ??Petrobr?a?s sendo entregue ?????à?s grandes petroleiras.
Terminamos 2016 e entramos em 2017 com um governo de machos para machos. Todas as polí?ticas públicas em favor da mulher foram destruídas. Cresce o fascismo e aumenta a violência contra a mulher, negros e homossexuais. Pode-se dizer com todas as letras: em sete meses e pouco do governo Temer?,? o Brasil retroagiu ????à?? década de 1990.
Neste Brasil de profunda crise política, econômica, institucional, moral e de representatividade,? o senador
Wilder Morais?,? do PP, um dos partidos mais corruptos, quer colocar na cadeia as crianças que colam nas provas. Escreveu Lauro Jardim que o senador (s minúsculo mesmo) quer tornar crime, punível com reclusão de um a quatro anos?,? quem colar em provas de escolas públicas.
Só os pobres estudam em escolas públicas?. ??Portanto?,? cadeia para eles. Os ricos podem colar ??à???? vontade?,? e depois se eleger senador.
Enquanto isso?,? o golpista Temer queria iniciar 2017 gastando R$ 1,75 milhão na compra de 10.120 almoços e jantares para consumir a bordo do avião da Presidência. Entre estas despesas estava a compra de sorvetes Häagen-Dazs. Ele chupando sorvete e? o? povo?,? o dedo.
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