[caption id="attachment_291869" align="aligncenter" width="550" caption="Oposicionistas protestaram durante mais de dez horas de sessão deliberativa"]
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[fotografo]Fábio Góis/Congresso em Foco[/fotografo][/caption]
Considerada pelo Palácio do Planalto um ensaio para a votação da reforma da Previdência,
a aprovação da reforma trabalhista liga alguns sinais de alerta para o governo. Na sessão deliberativa que consumiu mais de dez horas de discussões e muito protesto nesta quarta-feira (27), os 296 votos dados ao projeto que reformula a legislação do trabalho não seriam suficientes para aprovar a proposta de emenda à Constituição que altera as regras de aposentadoria, pensão e outros benefícios da Seguridade Social. Nesse caso, serão exigidos pelo menos 308 votos em dois turnos de votação. Ao todo, 39 parlamentares faltaram à votação.
COMO CADA DEPUTADO VOTOU, POR PARTIDO
COMO CADA DEPUTADO VOTOU, POR ESTADO
Dos 382 deputados de partidos aliados presentes nesta quarta-feira (26), 86 (22,5%) votaram contra o substitutivo do relator
Rogerio Marinho (PSDB-RN), apoiado pelo governo. Já a oposição deu um único voto a favor da reforma. Dos 91 oposicionistas que votaram, só o pedetista Carlos Eduardo Cadoca (PE) "traiu" a recomendação partidária.
A esperança para o presidente Michel Temer veio do PSB, que havia fechado questão contra as reformas trabalhista e Previdenciária. Diante do painel eletrônico, a bancada na Câmara se dividiu. Dos 30 parlamentares da legenda presentes em plenário, 14 votaram com o governo e 16, contra. Entre os que contrariaram a decisão da direção do partido, está a líder do partido,
Tereza Cristina (MS). Segundo ela, há um recurso contra a decisão do comando partidário de se posicionar contra as duas reformas de Temer.
Para evitar a debandada do PSB, o presidente liberou o ministro de Minas e Energia,
Fernando Coelho Filho (PE), para reassumir o mandato e votar favoravelmente à proposta. Ele deve retornar ao ministério ainda nesta semana. O segundo aliado menos fiel foi o PP, que teve nove dissidentes entre os 34 que participaram da votação. O Solidariedade, de Paulo Pereira da Silva (SP), o
Paulinho da Força Sindical, deu cinco votos a favor e oito contra a reforma. Um desses votos foi registrado pelo próprio presidente licenciado da central.
O PMDB, de Temer, e o PR, do ministro dos Transportes, Mauricio Quintella Lessa (AL), aparecem na sequência, com sete "traições" ao governo. Já o PSD, do ministro Gilberto Kassab, registrou cinco votos contrários à orientação do Planalto.
O DEM deu todos os seus 29 votos possíveis ao governo. Apenas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por restrição regimental, não votou. Já o PSDB teve apenas uma dissidência. Entre os 44 tucanos presentes, a catarinense Geovânia de Sá foi a única a votar contra o projeto relatado por
Rogerio Marinho (PSDB-RN), integrante da bancada.
Veja como cada partido votou:
Posição |
Partido |
Sim |
Não |
Votantes |
governo |
DEM |
29 |
|
29 |
governo |
PEN |
2 |
1 |
3 |
governo |
PHS |
2 |
4 |
6 |
governo |
PMDB |
52 |
7 |
59 |
governo |
PP |
34 |
9 |
43 |
governo |
PPS |
6 |
3 |
9 |
governo |
PR |
28 |
7 |
35 |
governo |
PRB |
15 |
4 |
19 |
governo |
PROS |
1 |
4 |
5 |
governo |
PSD |
29 |
5 |
34 |
governo |
PRP |
1 |
|
1 |
governo |
PSB |
14 |
16 |
30 |
governo |
PSC |
8 |
2 |
10 |
governo |
PSDB |
43 |
1 |
44 |
governo |
PSL |
1 |
1 |
2 |
governo |
PTB |
13 |
4 |
17 |
governo |
PTdoB |
1 |
3 |
4 |
governo |
PTN |
7 |
5 |
12 |
governo |
PV |
4 |
2 |
6 |
governo |
SD |
5 |
8 |
13 |
independente |
PMB |
|
1 |
1 |
oposição |
PCdoB |
0 |
9 |
9 |
oposição |
PDT |
1 |
15 |
16 |
oposição |
PSOL |
|
6 |
6 |
oposição |
PT |
|
56 |
56 |
oposição |
Rede |
|
4 |
4 |
|
|
296 |
177 |
473 |
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