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Congresso em Foco
14/12/2017 | Atualizado às 19h14
Apesar das críticas sobre sua permanência no cargo de ministra, Luislinda preferiu deixar a legenda e continuar no comando dos Direitos Humanos
<< Goldman diz que Luislinda deveria ter saído de ministério por declaração "infeliz"No entanto, apesar da sugestão de Goldman, a ministra preferiu continuar no comando da pasta e deixar a legenda tucana. Luislinda está no Ministério dos Direitos Humanos desde fevereiro, quando Temer recriou o ministério. Antes de ser ministra dos Direitos Humanos, Luislinda era a secretária nacional de Promoção da Igualdade Racial do Ministério da Justiça. Aprovada em concurso público, entrou na magistratura em 1984. No PSDB desde 2013, foi candidata a deputada federal em 2014, mas não conseguiu se eleger. Ela e Aloysio Nunes, das Relações Exteriores, são os tucanos que ainda têm ministérios. Antes do anunciado desembarque do governo, que nunca ocorreu, o PSDB tinha quatro pastas no governo de Temer. Bruno Araújo e Antônio Imbassahy comandavam o Ministério das Cidades e a Secretaria de Governo, respectivamente. "Trabalho escravo" No último mês, a ministra apresentou pedido para acumular o salário como ministra e a aposentadoria de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia. O pedido foi apresentado à Casa Civil. No documento, Luislinda requeria o direito de receber R$ 62 mil mensais de salário, alegando que os vencimentos atuais de R$ 31 mil a aproximavam da condição de "trabalho escravo". Luislinda alegou que, com esse salário, é difícil "se vestir, se alimentar, calçar e ir ao salão de beleza".
Depois da polêmica gerada pelo pedido, a ministra desistiu da ação. "Pela forma infeliz que ela deu explicação, ainda que ela tenha o direito. Dizer que ela estaria trabalhando em trabalho escravo, evidentemente que foi de uma infelicidade ímpar", ressaltou Goldman no último sábado (9).
O acúmulo de dois salários geraria um vencimento bruto de R$ 61,4 mil à Luislinda. Atualmente, o teto do funcionalismo público é de R$ 33.763, valor equivalente ao salário de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido de Luislinda, com teor de 207 páginas, foi publicado no início de novembro pelo jornal O Estado de S. Paulo. No documento, ela reclamava que, por causa do teto constitucional, só podia ficar com R$ 33,7 mil do total das rendas.Na manifestação em que pedia o acúmulo das remunerações, a ministra afirmou que a situação, "sem sombra de dúvidas, se assemelha ao trabalho escravo, o que também é rejeitado, peremptoriamente, pela legislação brasileira desde os idos de 1888 com a Lei da Abolição da Escravatura". Ela recuou e declarou, por meio de sua assessoria, que "considerando o documento sobre a situação remuneratória da ministra Luislinda Valois, o Ministério informa que já foi formulado um requerimento de desistência e arquivamento da solicitação".
Contas a pagar Em entrevista à Rádio Gaucha, antes de ter voltado atrás da decisão, a ministra afirmou que é seu direito fazer petição e justificou: "Recebo aposentadoria porque trabalhei mais de 50 anos e paguei todas as minhas obrigações previdenciárias. Isso não se discute porque é direito adquirido. Moro em Brasília, trabalho de 12 a 14 horas por dia, de segunda a segunda, e recebo um salário (de ministra) de menos de R$ 3 mil. O Brasil está sendo justo comigo? Citei a escravidão porque (na época) não se tinha salário nem nada. Fiz alusão a um fato histórico". Sobre as críticas por mencionar o trabalho escravo apesar de receber o salário mais alto permitido por lei, Luislinda afirmou que tem contas a pagar e quer "ter uma vida um pouco mais digna" e "um salário mais justo" pela função que exerce. "Como vou comer, beber e calçar? Só no meu IPTU em Brasília pago mais de R$ 1 mil. E tenho meu apartamento em Salvador, que pago uma pessoa para cuidar. Sou aposentada, poderia me vestir de qualquer jeito e sair de chinelo na rua, mas, como ministra de Estado, não me permito andar dessa forma", sustentou.<< Após pedir salário de R$ 61 mil e citar "trabalho escravo" como justificativa, ministra recua
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