[caption id="attachment_319907" align="aligncenter" width="580" caption="A procuradora-geral da República pediu a liberdade dos presos na Operação Skala"]

[fotografo]Agência Brasil[/fotografo][/caption]
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que revogue as prisões realizadas na Operação Skala, deflagrada na última quinta-feira (29), que prendeu nove pessoas em São Paulo, entre elas dois amigos do presidente Michel Temer (MDB). De acordo com a procuradora, as prisões já cumpriram o objetivo legal e não há necessidade de os investigados permanecerem detidos.
O pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) foi realizado no fim da tarde deste sábado (31) ao ministro Luís Roberto Barroso, responsável pelo inquérito de Portos. A Operação Skala foi deflagrada no âmbito do inquérito que investiga suposta concessão de vantagens a empresas portuárias em troca de propina na edição do Decreto dos Portos, assinado por Temer em maio de 2017
No pedido, Raquel Dodge libera da prisão José Yunes, ex-assessor da Presidência;Wagner Rossi, ex-ministro da Agricultura; Antonio Celso Grecco, dono do grupo Rodrimar; João Baptista Lima Filho, coronel da reserva da PM e amigo de Michel Temer; Celina Torrealba, uma das donas do grupo Libra; e Milton Hortolan, ex-secretário-executivo do Ministério da Agricultura.
As prisões eram temporárias, de cinco dias, estavam com o término previsto para segunda-feira (2). O pedido de revogação das prisões não se estenderam para integrantes da família Torrealba, do Grupo Libra, que estavam na Europa no dia da operação. Gonçalo Borges Torrealba, Rodrigo Borges Torrealba e Ana Carolina Borges Torrealba já informaram à Procuradoria-Geral da República que estão voltando ao Brasil para prestar esclarecimentos.
Amigos do presidente
O empresário e advogado José Yunes é amigo de Temer há mais de 50 anos. Foi um assessor de confiança do presidente, com sala no terceiro andar do Planalto, o mesmo do chefe. Demitiu-se do cargo em dezembro de 2016, quando um executivo da Odebrecht afirmou em delação ter entregue dinheiro vivo em seu escritório, para que fosse repassado ao presidente.
Ex-coronel da Polícia Militar, Lima é apontado pela PGR, com base na delação da JBS, como um dos intermediários de propina que supostamente seria paga ao presidente no caso do decreto de portos. Lima é dono da empresa de engenharia e arquitetura Argeplan. A Polícia Federal tenta ouvir o ex-coronel desde junho de 2017. Ele já havia sido intimado por duas vezes e nas duas não compareceu alegando problemas de saúde.
<< Amigos de Temer são presos pela PF: José Yunes e ex-coronel João Baptista
A amizade de Temer com o coronel João Baptista Lima começou em 1980. O PM foi assessor de Temer quando este era procurador-geral do governo Franco Montoro. O coronel foi também delatado por um sócio da empreiteira Engevix, que afirmou ter-lhe entregue cerca de R$ 1 milhão em propinas. Papeis encontrados no seu escritório numa busca e apreensão sugerem que Lima cuidava de muitas das contas pessoais de Temer.
A Polícia Federal apura ainda a reforma da casa de Maristela Temer, filha do presidente, realizada pela arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima. Ela teria pago aproximadamente R$ 100 mil em espécie.
<< Barroso pede "discrição" em prisões de amigos de Temer e aponta indícios de organização criminosa
<< Oposição aposta em iminência de terceira denúncia contra Temer; base evita comentários