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Congresso em Foco
03/08/2018 | Atualizado às 17h26
A trágica história do reitor cuja morte pôs em xeque os excessos da PF e da Justiça
Cancellier cometeu suicídio no ano passado, após ter sido alvo da Operação Ouvidos Moucos, que investiga supostos desvios de recursos destinados a cursos da educação a distância da universidade. Antes de se matar, ele escreveu uma carta na qual criticava a forma como a investigação foi feita. Segundo o manifesto dos professores da UFSC, após ser intimado pela PF, Áureo foi pressionado a identificar os estudantes, colegas docentes e técnicos administrativos que participaram do evento e protestaram contra o que consideram abuso de autoridade de partes dos agentes públicos responsáveis pela operação. "O processo revela prepotência e autoritarismo. Estamos de acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), que, em nota pública sobre o episódio, escreveu: 'A autonomia universitária, resguardada pela Constituição Federal, tem sido desprezada, e aqueles que deveriam fazer cumprir a lei e garantir os direitos expressos na Carta Magna brasileira, lançam mão de artifícios para intimidar, cercear e tentar impor um regime ao qual a Universidade não irá jamais se curvar.'. Em nota, o Ministério Extraordinário da Segurança Pública informou que a solicitação à PF foi feita com o intuito de "acompanhar sua evolução e preservar o melhor cumprimento das regras legais". "Trata-se de procedimento aberto a pedido de servidores federais com atuação funcional na Operação Ouvidos Moucos, que se consideram atingidos na sua honra e alvos de difamação por parte de manifestantes com cargos na UFSC, com amparo legal", diz a nota enviada à Agência Brasil. De acordo com o manifesto dos professores, a atuação da PF no caso do professor Aureo não é um caso isolado. "O professor Paulo Pinheiro Machado, do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, que atuou de forma pacífica durante a invasão do Bosque da UFSC pela Polícia Federal em 2014, após oitivas e inquéritos similares da PF tornou-se réu em um processo recentemente confirmado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região", diz o manifesto que cita, também, casos como a tentativa de impedir um curso na Universidade de Brasília (UnB), criado com o objetivo de "refletir criticamente" os acontecimentos que resultaram no impeachment da presidenta Dilma Rousseff. "Outros episódios já aconteceram também na Universidade Federal de Minas Gerais (invasão do campus e condução coercitiva do reitor) e, mais recentemente, a instauração de processos contra professores da Universidade Federal do ABC (SP), pelo fato de terem organizado um lançamento de livro", complementa a nota.Temas
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