Ministro acatou pedido para investigar os diretores das empresas Google e Telegram por abuso de poder econômico. Foto: Divulgação/STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), expediu oito mandados de busca e apreensão no inquérito sigiloso que apura ataques a integrantes a corte. Um dos alvos é o general da reserva do Exército Paulo Chagas, que foi candidato a governador do Distrito Federal pelo PRP em 2018. A operação foi deflagrada um dia
após Alexandre de Moraes censurar o
site O Antagonista e a revista digital
Crusoé, do mesmo grupo editorial, que haviam publicado reportagem que associava o presidente do Supremo, Dias Toffoli, a esquema de corrupção envolvendo a Odebrecht investigado na Lava Jato.
Relator do inquérito que apura ameaças, calúnias e difamações contra ministros do Supremo, Moraes atendeu a pedido de Toffoli ao censurar os dois
sites. Toffoli diz ser alvo de fake news (notícia falsa).
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Paulo Chagas assumiu no Twitter ser um dos alvos da operação, mantida em sigilo pelo Supremo. Foto: Reprodução/Youtube[/caption]
A decisão foi fortemente criticada por parlamentares e juristas. O autor do pedido da comissão parlamentar de inquérito para investigar ministros de tribunais superiores, senador
Alessandro Vieira (Cidadania-SE), disse que a censura só reforça a urgência da instalação da chamada CPI da Lava Toga. O senador
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu a concessão de liminar para suspender a decisão de Moraes.
Paulo Chagas recebeu mais de 110 mil votos na disputa ao governo do Distrito Federal.
Ainda não há informações sobre os demais alvos da operação.
>> Senadores condenam censura a site, pedem liberação de reportagem contra Toffoli e urgência para CPI da Lava Toga