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Congresso em Foco
05/08/2009 | Atualizado às 00h00
Eduardo Militão
O quarto secretário da Câmara, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), diz que é falsa uma assinatura atribuída a ele em uma requisição de passagem aérea (RPA) comercializada para terceiros, segundo relatório da comissão de sindicância criada para apurar a venda de créditos parlamentares. A RPA é de R$ 3.500 e serviu para bancar viagens de uma família que o deputado diz desconhecer, como mostrou o Congresso em Foco.
O relatório da comissão diz: "Uma vez que a RPA [...] fora assinada pelo próprio parlamentar, mas gerada em ponto de servidor [...]". Marquezelli pedirá nesta quarta-feira (5) que a Diretoria Geral investigue o fato. O quarto secretário afirma que a suposta falsificação é grosseira.
O deputado mostrou ao site um documento assinado por ele em abril de 2009 e a RPA, de 2007. As assinaturas têm semelhanças, mas mostram diferenças nas proporções dos traços.
Levantamento
Além disso, Marquezelli sustenta que não assinou nenhuma RPA nos últimos 20 anos. Diz que sempre deixou isso a cargo dos funcionários. Por isso, solicita hoje à Terceira Secretaria um levantamento de todas as requisições supostamente assinadas por ele nos últimos cinco anos.
A comissão de sindicância nada conclui a respeito do deputado, como fez com todos os parlamentares. O grupo de investigação apenas recomendou a abertura de processo administrativo contra a servidora Tassiana Alves de Souza. Segundo o relatório, outro funcionário de Marquezelli, José Aparecido Souza, o Kiko, é um dos auxiliares do parlamentar que tinha mais contato com as companhias aéreas, apesar de não fazer parte da folha de pagamento da Câmara.
Em depoimento à comissão, José Aparecido disse que não emitiu a passagem, que beneficiou uma família de sobrenome Leroy (veja a lista, publicada pelo Congresso em Foco). Tassiana afirmou que seu ponto foi usado por alguém quando deixou o terminal de computador aberto para fazer um serviço externo. Procurados ontem no gabinete de Marquezelli, os dois não retornaram os recados deixados.
O deputado disse que preferiu manter os dois funcionários porque não tem certeza se eles participaram de alguma fraude. "Tem que aprofundar mais, tem que quebrar o sigilo bancário de quem falsificou", afirmou Marquezelli ao Congresso em Foco. O deputado afirmou que não conversou com os dois funcionários sobre o assunto e que vai esperar as investigações do Ministério Público Federal e da Corregedoria da Câmara.
Sem resposta
Como mostrou o Congresso em Foco, a assinatura do deputado Fernando de Fabinho (DEM-BA) também aparece em uma requisição de passagem aérea. Desde a semana passada, o parlamentar não dá retorno aos recados deixados em seu gabinete. Ontem, aconteceu a mesma coisa.
De acordo com o relatório da comissão de sindicância, as passagens da cota do deputado Nelson Marquezelli beneficiaram a família Leroy com a ajuda do agente de viagens Vagdar Fortunato Ferreira. O deputado afirma que não autorizou nenhuma venda de cota. Marquezelli diz que, como possui R$ 90 mil em créditos acumulados, não haveria razão de comercializar apenas R$ 3.500.
Não reconhecidos
Vagdar disse ao Congresso em Foco que não reconhece ter vendido passagens para Roberto, Luana e Luma Leroy. Eles voaram do Rio de Janeiro para Paris na cota de Marquezelli, conforme revelou este site.
O agente de viagens disse que não conhece os funcionários Tassiana e José Aparecido, mas que conhece "de vista" o deputado, embora não confirme a participação dele em comércio de créditos. "Nunca fiz nenhum negócio com o deputado Marquezelli", afirmou Vagdar.
O agente preferiu não responder outras perguntas até obter uma cópia integral do relatório da comissão de sindicância.
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