Jair Bolsonaro e Davi Alcolumbre Foto: AlanSantos/PR
O presidente do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP), não vai comentar, por ora, os
vídeos compartilhados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), chamando para os atos contra o Congresso. "Não se manifestou e nem vai se manifestar. Só quando conversar com o presidente e os líderes", disse o líder do governo no Congresso, senador
Eduardo Gomes (MDB-TO), ao
Congresso em Foco.
O silêncio de
Davi Alcolumbre sobre o assunto tem chamado a atenção no Congresso Nacional. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
posicionou-se, mas sem atacar o presidente da República.
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Davi marcou para a próxima terça-feira (3) a análise de vetos presidenciais, inclusive o que pode deixar
nas mãos do Congresso mais de R$ 30 bilhões do orçamento para direcionar às bases eleitorais.
O aumento do poder de deputados e senadores na destinação de verbas é uma das principais razões para os atos anti-Congresso marcados para o dia 15. Os mesmos atos divulgados pelo presidente em sua conta pessoal do WhatsApp.
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Este trecho do orçamento de 2020 foi vetado por Jair Bolsonaro, mas precisa ser confirmado pelo Congresso. Por
acordo construído entre Executivo e Legislativo, o veto de Bolsonaro seria derrubado, mas R$11 bilhões dos R$ 30 bilhões seriam de poder de ministros.
No entanto, de um lado, o governo acredita ter votos suficientes para manter o veto e derrubar o orçamento impositivo. Do outro lado, se o governo não cumprir o acordo, líderes do Centrão prometem derrubar totalmente o veto e ficar com o controle dos R$ 30 bilhões.
O líder do governo no Congresso disse ao
site que é cedo para avaliar o impacto da tensão causada por Bolsonaro nas votações do Poder Legislativo. Para ele, o cenário só deve ser conhecido na próxima segunda-feira (2).
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Eduardo Gomes confirmou a intensificação nas articulações para que Planalto e Congresso confirmem o acordo de meio-termo sobre o
orçamento impositivo.
O presidente do Senado desembarca em Brasília no domingo (1º), data em que Rodrigo Maia também estará na capital federal, vindo da Europa. "A partir do momento que ele [Alcolumbre] chegar, a qualquer momento pode ter reunião [com membros do governo]", disse o líder do governo.
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