O candidato do PSDB se manifestou no Twitter após entrevista do presidente eleito ao Jornal Nacional
O candidato do PSDB na disputa eleitoral deste ano,
Geraldo Alckmin, disse que ameaça do novo presidente eleito
Jair Bolsonaro (PSL) de cortar verbas do governo para o jornal Folha
de S.Paulo é um "acinte a toda imprensa" e substitui a liberdade de imprensa pelo "clientelismo de imprensa".
O ex-governador de São Paulo, que ficou em quarto lugar no primeiro turno, se manifestou no Twitter após entrevista do presidente eleito ao Jornal Nacional, que disse que reduziria propaganda do governo para imprensa que "se comportar mentindo descaradamente".
"Não quero que ela [
Folha de S.Paulo] acabe, mas, no que depender de mim, na propaganda oficial do governo, imprensa que se comportar dessa maneira mentindo descaradamente não terá apoio do governo federal", disse Bolsonaro.
O apresentador William Bonner pediu que ele confirmasse que "não quer que esse jornal se acabe". "Por si só esse jornal se acabou, não tem prestígio mais nenhum. Quase todas as
fake news que se voltaram contra mim partiram da
Folha de S.Paulo", disse o deputado.
"Começou mal. A defesa da liberdade ficou no discurso de ontem", escreveu Alckmin no Twitter depois da declaração.
"Os ataques feitos hoje pelo futuro presidente à
Folha de S.Paulo representam um acinte a toda a Imprensa e a ameaça de cooptar veículos de comunicação pela oferta de dinheiro público é uma ofensa à moralidade e ao jornalismo nacional", continuou o ex-candidato.
Alckmin disse ainda que a ameaça de Bolsonaro "é pretender substituir a liberdade de Imprensa pelo clientelismo de Imprensa".
No dia último dia 18, a Folha publicou uma matéria
"Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp", em que denuncia que empresários ligados a Bolsonaro estariam contratando pacotes de disparo de mensagens contra o PT de maneira ilegal.
Depois da publicação da reportagem, o jornal foi atacado pelos seguidores do então candidato ao Planalto e a jornalista que assinou a matéria, Patrícia Campos Mello, recebeu ameaças. Por causa disso, o jornal entrou com uma representação no TSE para pedir que a Polícia Federal instaure inquérito para
apurar ataques contra jornalistas.