Sede da Receita Federal, em Brasília; decisão de suspender isenção foi do Fisco.
Foto: Marcelo Camargo/ABr
Conforme a última verificação realizada pelo
Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), ao menos 635 auditores da
Receita entregaram seus cargos desde a aprovação do
Orçamento Público para a União em 2022. Esse valor é o dobro do número de servidores debandando das chefias até o mesmo horário da véspera, quando foram notificadas 324 entregas.
As entregas de cargos são uma resposta dos auditores à quebra da promessa do governo em garantir reajuste salarial aos servidores públicos no novo Orçamento. A única categoria que recebeu o aumento foram os
policiais federais, com R$1,7 bilhões destinados aos reajustes. Já no caso da Receita, os servidores permanecem com os salários congelados desde 2019.
Além da debanda dos cargos de chefia, os servidores vinculados ao Sindifisco se encontram reunidos em assembleia nacional para decidir sobre a possibilidade de uma paralisação geral da categoria, bem como referendar a entrega de cargos. O plano do sindicato é chegar a um acordo em que servidores recusem as chefias abandonadas pelos demais, mantendo-as vazias até que haja resposta do governo.
Servidores da Receita não são os únicos a protestar contra a falta de reajustes e a preferência do governo pelas forças policiais.
No
Banco Central, os servidores estabeleceram um cronograma de negociações, que prevê uma greve caso a situação não seja contornada até março. Também estão reunidos os membros do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários, terceira categoria a deliberar sobre a possibilidade de uma greve.
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