"Às vésperas das eleições, alguns escândalos se multiplicam. Mas não nos permitamos desviar o olhar de nossos problemas nacionais."[fotografo]EBC[/fotografo]
A cruzada de desqualificação da política tem cobrado um preço muito alto ao Brasil. Esse não é um processo novo. É típico das elites instilar a desconfiança na organização, na expressão e na representação como forma de afastar o povo de uma atividade sobre a qual ela, a elite, quer deter o monopólio.
Em outras palavras: o vilipêndio da política sempre serviu a quem ocupa o andar de cima - e de lá não quer ser apeado.
E aí vale tudo. Vale o menosprezo à ação coletiva nos sindicatos de trabalhadores e organizações sociais. Vale vilipendiar a escolha de um lado da História - o velho culto a uma "neutralidade" comprometida até a última fibra com a facção que manda.
Nesse processo, um recurso antigo, mas ainda em voga, é achincalhar o voto popular, saudosismo do tempo em que só homens brancos, alfabetizados e proprietários podiam exercer o direito a escolher representantes.
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Os resultados do fomento à descrença no voto são bem conhecidos, como o distanciamento - no segundo turno da eleição presidencial de 2018, por exemplo, 31,3 milhões de eleitores (21% do total) deixaram de ir às urnas - ou a troça, como os 100 mil votos dados ao rinoceronte Cacareco na eleição para vereador de 1959, na cidade de São Paulo.
Mas muito pior é o estranhamento que essa cruzada promove entre representantes e representados. A desconfiança interdita aos cidadãos e cidadãs a faculdade de fazer do Parlamento o efetivo instrumento de expressão e concretização de suas vontades.
Nesse pouco mais de um ano e meio de mandato, uma das minhas prioridades tem sido superar essa distância historicamente cristalizada e tenho apoiado todas as iniciativas para virar essa maré.
Iniciativas como o
Prêmio Congresso em Foco contribuem para dar visibilidade ao que fazemos no Parlamento e aproximam esse Poder indissociável da democracia de seus verdadeiros donos.
> Saiba como acompanhar o Prêmio Congresso em Foco hoje às 20h
Escrevo poucas horas antes da divulgação dos resultados do
Prêmio Congresso em Foco 2020, do qual fui finalista nas três categorias- Melhor Senador, destaque na Defesa da Educação e destaque em Clima e Sustentabilidade. A votação está encerrada, mas ainda não conhecemos os agraciados.
Mas ao mobilizar
mais de 2 milhões de votantes, ao estimular cada vez mais brasileiros a querer saber o que faz o Parlamento, o prêmio já tem vencedores incontestáveis: o Legislativo e a representação popular.
Parabéns,
Congresso em Foco.
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