Fotógrafo: Luis Macedo/Ag. Câmara
Apesar de o MDB, partido do candidato à presidência da Câmara dos Deputados,
Baleia Rossi (MDB-SP), ter capitaneado o impeachment de
Dilma Rousseff, a candidatura do deputado recebe o apoio do PT.
Segundo o congressista, a aliança foi "amplamente debatida". "Houve o amadurecimento dessa discussão em cada um dos partidos, e as siglas estão fazendo essa aliança olhando para frente. Estamos olhando uma perspectiva de termos uma Câmara independente e a defesa intransigente da nossa democracia. Esses são os pilares que sustentam a nossa candidatura e são muito mais importantes que as nossas diferenças", disse em entrevista à
Folha de S. Paulo neste domingo (10).
No Senado, apesar de estar mais próximo de
Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o PT também tem a possibilidade de apoiar um emedebista. O partido tem quatro postulantes ao cargo e ainda não definiu um nome. A decisão, marcada para a próxima sexta-feira (15), pode ser antecipada para que partidos como o próprio PT, o PSDB e o Podemos possam firmar acordo com os democratas.
Ao
Congresso em Foco, o senador
Humberto Costa (PT-PE) disse que a tendência do partido é apoiar Pacheco, mas a decisão dos petistas deve sair somente nesta segunda-feira (11). "Já estamos apoiando na Câmara o MDB e se você tiver dois presidentes, como têm agora que são do DEM, ter dois do MDB, não é uma situação razoável, mas vamos conversar", concluiu.
Impeachment
Baleia voltou a afirmar que não houve compromisso de abertura de impeachment de
Jair Bolsonaro para atrair partidos da oposição. O parlamentar disse que um processo de destituição é uma prerrogativa do presidente da Câmara, mas que neste momento, o país precisa de estabilidade.
"Todos têm que trabalhar por uma unidade. A gente fala que a Câmara tem que ser independente, mas tem que ser harmônica. E tem que trabalhar em harmonia com o Poder Judiciário e o Executivo", declarou ao jornal.
Baleia disse ainda que a pautas de costumes, como a flexibilização do porte de armas, terão de ser discutidas pelo colégio de líderes. "Entendo que essas discussões dividem a Câmara, a sociedade, e este é um momento de união para enfrentar o grande problema que temos, que é a pandemia. Se for vontade da maioria da Casa, não vou me opor como presidente, mas entendo que não é o momento".
Pelo Twitter,
Gleisi Hoffmann, presidente do PT, disse que mesmo que não haja acordo, o compromisso assinado por Baleia com a oposição prevê dar resposta a crimes do Executivo.
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