PT de Goiás acusa TV estatal de fazer propaganda por Bolsonaro

O vereador de Goiânia e deputado estadual eleito pelo PT de Goiás, Mauro Rubem, protocolou no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) uma ação acusando o governador Ronaldo Caiado (União) e a diretoria da Agência Brasil Central (TBC), responsável pela TV pública goiana, de utilizar o aparato de comunicação social do estado para fazer propaganda eleitoral em favor de Jair Bolsonaro (PL). A representação da empresa nega haver interesse eleitoral em seu conteúdo. A petição de Mauro Rubem tem como base os dois programas de televisão da emissora que são retransmitidos no Youtube: o TBC Debate e o Debate Brasil Central, nos quais são discutidos temas ligados à política nacional e local. "Forjando a existência de um debate, a emissora tem servido como palanque para difusão de manifestações políticas favoráveis ao candidato Jair Messias Bolsonaro e depreciativas do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fazendo o uso de informações infundadas e notícias cuja veracidade não se pode ser comprovada ou comprovadas inverídicas", afirmou. O parlamentar chama atenção para os títulos dos vídeos publicados pela estatal, adotando manchetes como "TSE ou polícia?", "Chapa de Lula pode ser cassada, diz advogado", "Quem perde com a censura à Jovem Pan: Lula ou Bolsonaro", "Petista do Nordeste diz que mulheres da região foram criadas para procriar", entre outras do mesmo teor. "Os títulos dados a esses episódios ressaltam as características retromencionadas de forma apelativa e sensacionalista, além de usarem imagens francamente desfavoráveis do candidato Lula", apontou. Procurado pelo Congresso em Foco, o diretor da emissora e apresentador do Debate Brasil Central, Rafael Vasconcelos, nega haver interesse em beneficiar o atual presidente no programa. "A Brasil Central ouve rotineiramente representantes de todas as vertentes políticas, promovendo debates para que o nosso público tenha o direito de ouvir todos os lados e tirar suas próprias conclusões acerca dos fatos jornalísticos. Todos os nossos comentaristas e convidados têm a liberdade de expor seus pensamentos, prezando pela isonomia nesse processo eleitoral.", declarou em nota. Os títulos apelativos, segundo ele, não possuem objetivo eleitoral e sim publicitário, para alcançar a audiência na internet. "Prezamos pela liberdade de expressão, que é uma garantia constitucional de todo cidadão e a Brasil Central não vai se intimidar diante dessa tentativa de calar profissionais que são respeitados pelo público e que há décadas exercem esse ofício", acrescentou. O diretor chama atenção para o fato de o próprio Mauro Rubem já ter participado mais de uma vez nos debates, e afirma também que o canal também já apresentou manchetes desfavoráveis a Bolsonaro.