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MEIO AMBIENTE
Congresso em Foco
10/03/2025 | Atualizado às 15h28
A carta de intenções da COP30, divulgada nesta segunda-feira (10) pelo presidente designado da conferência, André Aranha Corrêa do Lago, alerta para a gravidade da crise climática e destaca a preservação da Amazônia como parte essencial da solução. O documento convoca a comunidade internacional a agir de forma coordenada para conter os impactos ambientais crescentes e garantir um futuro sustentável.
"As florestas podem nos fazer ganhar tempo na ação climática durante uma janela de oportunidade que se está fechando rapidamente. Se revertermos o desmatamento e recuperarmos o que foi perdido, poderemos ativar remoções maciças de gases de efeito estufa da atmosfera e, ao mesmo tempo, trazer ecossistemas de volta à vida", afirmou na carta.
Intensificação da crise
O documento aponta a gravidade do cenário climático atual. "Entramos em 2025 com a confirmação de que 2024 foi o ano mais quente já registrado globalmente e o primeiro em que a temperatura média global ultrapassou 1,5C acima de níveis pré-industriais", destacou.
Corrêa do Lago reconhece que os impactos climáticos já são sentidos em todo o mundo e que a crise ambiental deixou de ser apenas um tema científico para se tornar uma realidade cotidiana. "A mudança do clima não está mais contida na ciência e no direito internacional. Ela chegou à nossa porta, atingindo nossos ecossistemas, cidades e vidas cotidianas. Da Sibéria à Amazônia, de Porto Alegre a Los Angeles, ela agora afeta nossas famílias, a saúde, o custo de vida e nossas rotinas de educação, trabalho e entretenimento, ressaltou".
Mobilização financeira
Outro ponto central da carta é o financiamento climático. O texto reforça que a mobilização de recursos será essencial para garantir a transição para uma economia de baixo carbono, especialmente em países em desenvolvimento.
Uma das iniciativas citadas é o "Mapa do Caminho de Baku a Belém para 1,3T", que visa garantir ao menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para ações climáticas.
Para que os objetivos climáticos sejam alcançados, o financiamento da adaptação e da mitigação precisará ser aumentado exponencialmente, apontou, ressaltando que os investimentos devem partir tanto de fontes públicas quanto privadas.
Amazônia como solução climática
Além de ser um bioma essencial para a regulação do clima global, a Amazônia é vista na carta como parte da solução para a crise climática. O documento defende maior apoio global para sua preservação e para o desenvolvimento sustentável das comunidades locais. A recuperação de áreas degradadas é citada como um caminho viável para remoção de gases de efeito estufa e fortalecimento da bioeconomia.
"Ecossistemas mais saudáveis também podem oferecer oportunidades para resiliência e bioeconomia, promovendo meios de subsistência locais, criando cadeias de valor sofisticadas e gerando inovações em biotecnologia. O aproveitamento desse potencial extraordinário exige maior apoio e investimento global, inclusive por meio de recursos financeiros, transferência de tecnologia e capacitação", acrescentou.
Chamado para ação global
A COP30 é apresentada por Corrêa do Lago como um momento crucial para mobilizar governos, empresas e sociedade civil em uma resposta coordenada à crise climática. A carta reforça que a mudança do clima não pode ser enfrentada de forma isolada, exigindo cooperação internacional em diferentes setores e níveis de atuação.
O documento defende que o combate à mudança climática deve ir além das negociações políticas e envolver ações concretas para mitigação e adaptação. Segundo Corrêa do Lago, a inação diante da crise será vista no futuro como irresponsabilidade histórica.
"Ao aceitarmos a realidade e combatermos a catástrofe, o cinismo e o negacionismo, a COP30 deve ser o momento da esperança e das possibilidades por meio da ação jamais da paralisia e da fragmentação", declarou.
A carta também enfatiza a importância de iniciativas estruturadas e permanentes que incentivem a transição energética, promovam tecnologias limpas e assegurem justiça climática, garantindo que os países mais vulneráveis tenham condições de enfrentar os desafios ambientais e econômicos impostos pelas mudanças do clima.
Além disso, o documento menciona a necessidade de fortalecer redes de cooperação entre países, instituições multilaterais e o setor privado para garantir que os compromissos assumidos sejam efetivamente implementados. Para Corrêa do Lago, a COP30 deve ser um marco na articulação de um esforço global que transforme promessas em ações concretas e mensuráveis.
Atualização de metas
Corrêa do Lago também enfatiza a necessidade de transformar compromissos em ações concretas. O texto menciona a importância de que os países atualizem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para alinhar esforços ao limite de 1,5C estabelecido no Acordo de Paris.
"A falta de ambição será julgada como falta de liderança, pois não haverá liderança global no século XXI que não seja definida pela liderança climática. Podemos estar do lado certo da história, transformando as NDCs em plataformas para um futuro próspero que consagre a determinação nacional de contribuir e transformar. No período que antecede a COP30, precisamos de NDCs ambiciosas, que privilegiem a qualidade como cumprimento das obrigações legais do Acordo de Paris", reforçou.
O presidente designado da conferência convocou os representantes de todas as partes do acordo a se juntarem em um "mutirão" em defesa do clima, relembrando a origem indígena da palavra, adotada para quando toda uma comunidade se reúne para trabalhar em conjunto na solução de determinado problema.
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