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JOGO POLÍTICO
Congresso em Foco
04/03/2025 | Atualizado às 11h05
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), apresentou uma série de ofícios solicitando informações e investigações sobre a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Os documentos foram encaminhados ao Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF), Controladoria-Geral da União (CGU) e Casa Civil e tratam de suspeitas relacionadas ao uso de recursos públicos que ganharam notoriedade durante o governo Bolsonaro.
A ação é parte de uma contraofensiva do parlamentar diante da série de requerimentos de informação lançados por parlamentares da oposição a respeito da conduta e dos gastos da primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja. Os pedidos de informação de Lindbergh foram apresentados menos de uma semana depois da liderança da oposição elaborar um projeto de lei que limita os gastos do gabinete da primeira-dama.
Um dos ofícios chega a questionar à Casa Civil o valor gasto por Michelle Bolsonaro com voos oficiais, ponto de atrito direto com a bancada de oposição, que constantemente se pronuncia criticando seus gastos com viagens ao exterior. "[Para] cada requerimento contra Janja, nós vamos apresentar 2 contra Michelle Bolsonaro. A turma da rachadinha com cartão corporativo não tem moral. Vamo pra cima", disse o deputado em suas redes sociais.
O PL Mulher, presidido por Michelle Bolsonaro, repudiou a iniciativa, considerando-a um ato de perseguição política à primeira dama, além de tecer críticas ao atual governo.
Solicitação de investigação criminal
No ofício enviado ao MPF, Lindbergh Farias formalizou uma representação criminal e por improbidade administrativa contra Michelle Bolsonaro. O documento menciona reportagens e investigações em curso que indicariam possíveis desvios de recursos públicos para custeio de despesas da ex-primeira-dama e de familiares.
O pedido destaca informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontam movimentações financeiras de cerca de R$ 32 milhões pela empresa Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção entre 2020 e 2023. Segundo o ofício, parte desses recursos teria sido utilizada para pagamentos relacionados a Michelle Bolsonaro.
O parlamentar também menciona suspeitas de um esquema de rachadinha, citando mensagens divulgadas pela imprensa sobre o uso de um cartão de crédito vinculado à conta de uma assessora. No documento, Lindbergh argumenta que tais movimentações podem configurar crimes como peculato, lavagem de dinheiro e corrupção.
Pedido de informações à PF
Outro ofício foi encaminhado à Polícia Federal, no qual o deputado solicita esclarecimentos sobre se há inquéritos em curso contra Michelle Bolsonaro e qual o estágio dessas investigações. Ele também questiona se houve indiciamentos e se as apurações já foram encaminhadas ao Ministério Público.
Cobrança de esclarecimentos da CGU
À Controladoria-Geral da União (CGU), Lindbergh Farias solicita informações sobre o andamento de processos administrativos relacionados à empresa Cedro do Líbano e possíveis irregularidades envolvendo o uso de recursos públicos. O deputado pede esclarecimentos sobre a destinação das verbas e o possível envolvimento de pessoas ligadas à ex-primeira-dama.
Questionamentos sobre o programa Pátria Voluntária
No ofício enviado à Casa Civil, o parlamentar pede informações sobre as medidas adotadas após a auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) no Programa Pátria Voluntária, coordenado por Michelle Bolsonaro entre 2019 e 2022.
A auditoria apontou falta de critérios claros para a distribuição de doações e problemas na gestão dos recursos arrecadados. Lindbergh Farias solicita acesso a documentos que detalhem a destinação dos valores e critérios utilizados na seleção de instituições beneficiadas.
Viagens da ex-primeira-dama
Lindbergh também solicitou informações sobre as viagens realizadas por Michelle Bolsonaro durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. No ofício encaminhado à Casa Civil, o deputado questiona quais deslocamentos foram custeados com recursos públicos, se houve uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) e se ocorreram viagens classificadas como sigilosas.
O pedido inclui detalhes sobre quem acompanhou Michelle nas viagens, quais foram os destinos e o custo total das despesas.
Resposta do PL Mulher
Após a apresentação dos ofícios, o PL Mulher, ala feminina do Partido Liberal (PL), divulgou uma nota de repúdio à iniciativa de Lindbergh Farias. No documento, a assessoria do PL Mulher nega as acusações e afirma que as denúncias têm motivação política.
A nota também menciona que o parlamentar estaria trazendo à tona questões já conhecidas com o objetivo de desviar o foco de outros temas políticos. O PL Mulher critica o que considera um ataque direcionado a Michelle Bolsonaro e afirma que pedirá investigações sobre a distribuição de verbas publicitárias para veículos de imprensa que divulgaram o que chamaram de "falsas denúncias".
"Assim como todas as denúncias feitas contra Michelle e sua família, desde antes da eleição de Bolsonaro, uma a uma, elas vão caindo por terra", diz o texto divulgado pela assessoria do PL Mulher.
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