A Presidência da República está comprometida há muito tempo e se mantém apenas porque a maioria do Congresso Nacional foi comprada e passou recibo. Foto: EBC
Desde muito antes da reunião do Comitê de Coordenação Nacional de Enfrentamento da Pandemia de Covid-19, às 8h30, o presidente
Jair Bolsonaro manteve-se reunido com seus principais conselheiros políticos no Palácio do Planalto. As últimas denúncias que chegaram à
CPI da Covid e suas consequências foram o tema da reunião.
Desde a última sexta-feira (25), com o depoimento do deputado
Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão, Luis Ricardo, funcionário do
Ministério da Saúde, a CPI tomou um outro rumo e diversas suspeitas de irregularidade e corrupção na aquisição de vacinas contra a covid surgiram.
São duas as maiores preocupações que tem hoje o governo, segundo apurou o
Congresso em Foco Insider. A primeira é quanto até onde vai o envolvimento do líder do Governo na Câmara,
Ricardo Barros (PP-PR) nos episódios. Na sexta-feira (25),
Luís Miranda, em seu depoimento, afirmou que o próprio presidente teria apontado para o possível envolvimento de Barros quando foi alertado por ele e seu irmão sobre as irregularidades.
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Na terça-feira (29), em entrevista ao jornal
Folha de S. Paulo, o Ministério da Saúde
exonerou o diretor de Logística, Roberto Dias. Pouco antes da exoneração, o jornal publicara entrevista na qual o representante da Davati Medical Suply no Brasil, Luiz Paulo Dominguetti, o acusava de ter cobrado propina para fechar uma negociação pela qual a Davati venderia ao ministério 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca. De acordo com Dominguetti, Roberto Dias pedia uma propina de US$ 1 por cada dose vendida. Há informações de que Dias teria ligação com Barros, o que o líder do Governo nega.
A segunda preocupação está relacionada com possível "fogo amigo" vindo do presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL). Segundo Miranda, ele teria informado a Lira que faria as denúncias contra Barros e teria recebido estímulo dele para isso. Embora sejam do mesmo partido, Lira e Barros não se entendem bem. O papel de Lira nesses episódios é importante de ser avaliado, uma vez que é ele o responsável por dar ou não andamento a eventuais pedidos de impeachment.
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