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Eduardo Galvão
Eduardo Galvão
Eduardo Galvão
24/05/2019 | Atualizado às 15h44
A inovação distingue entre um líder e um seguidor (Steve Jobs)No artigo Going digital: innovation in advocacy and Government Relations, Lucas Veiga analisou 28 empresas de lobby no Canadá para avaliar a adoção de ferramentas digitais em suas estratégias. Das empresas canadenses, 60,7% incluem ferramentas digitais em seus serviços. Entre essas, 62,5% o fazem sob serviços de lobby e advocacy. Os outros 37,5% oferecem ferramentas digitais sob outros tipos de serviços, como gerenciamento de crises e reputação, comunicação, relações com a mídia e desenvolvimento de negócios. Em O impacto da tecnologia para o mundo de Relações Governamentais, Ivan Ervolino e Danilo Oliveira analisam o impacto da tecnologia para o mundo de RelGov. Para eles o lobby avança passo a passo com o amadurecimento democrático e à medida em que dados ficam cada vez mais disponíveis e compreensíveis, surge a necessidade de potencializar o monitoramento da atividade legislativa. A pesquisa que desenvolveram chegou a dois resultados importantes. O primeiro mostra que 73% das dificuldades em monitoramento, inteligência e gestão legislativa são de atividades que podem ser automatizadas. O segundo resultado aponta enormes ganhos de performance: o uso de ferramenta digital especializada traz economia de 75% do tempo médio gasto nessas atividades. David Rehr, professor de Advocacy na George Mason University e profissional com mais de 25 anos de experiência, mostra em seu artigo How Is Social Media Being Used In Advocacy?, que as mídias sociais são uma ferramenta cada vez mais utilizada para obter os resultados na defesa de interesses políticos. E que seu uso aumentou exponencialmente nos últimos anos com organizações sem fins lucrativos, associações comerciais, sindicatos e grupos cívicos potencializando sua atuação para levar adiante suas agendas. A pesquisa de Rehr demonstra que organizações de advocacy nos EUA usam uma variedade de mídias sociais, mas o Facebook e o Twitter dominam. Segundo ele, as mídias sociais na defesa de interesses veio para ficar. No mundo todo percebemos que grupos de interesse tendem a usar serviços digitais para potencializar sua capacidade de influência. Seja no monitoramento da produção normativa, na inteligência política, no mapeamento e gerenciamento de stakeholders, na análise de tendências e de riscos, no gerenciamento de temas críticos, na avaliação compartilhada e colaborativa de políticas públicas, na gestão das atividades operacionais, na gestão dos relacionamentos e por aí vai. No exterior existem exemplos de plataformas digitais com serviços que dão suporte ao lobby: FiscalNote, TSC.ai, Quorum Analytics e InfluenceMap são exemplos da aplicação de ferramentas digitais para lobby e advocacy. No Brasil, o InteliGov oferece monitoramento legislativo e inteligência de governo e o SIGALEI traz monitoramento, inteligência e estratégia para Relações Institucionais e Governamentais. A simbiose da política e do lobby com a tecnologia é um fato. Usar suporte digital para inteligência permite gerenciar uma montanha de dados que não seriam visíveis ao olho humano e permite verificar tendências com melhor acuracidade. Gerenciar temas críticos toma uma nova dimensão, muito mais técnica e baseada em evidências. Gerenciar stakeholders ganha mais horizontalidade de informação entre o time e traz mais agilidade na tomada de decisão estratégica. A articulação, já mais bem embasada por todas as ações anteriores, fica ainda mais eficiente tanto em assertividade quanto no timing. Jogar golfe pode ser divertido. Mas hoje não é mais suficiente.
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>> Advocacy: uma causa para chamar de sua
>> Experiências nacionais e internacionais em lobby e em políticas públicas