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Cris Monteiro
Cris Monteiro
SUSTENTABILIDADE
07/03/2025 | Atualizado às 13h27
Nas últimas semanas, inúmeros paulistanos receberam em seus celulares alertas da Defesa Civil sobre chuvas fortes e perigosas. Logo depois, imagens de ruas transformadas em rios e pessoas subindo em corrimãos nas plataformas do metrô para escapar das enchentes inundaram as redes sociais. A cena, chocante, escancara um problema que se repete ano após ano: a infraestrutura da cidade não está preparada para lidar com eventos climáticos extremos, que estão cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas.
Mas por que São Paulo alaga tanto? As enchentes são resultado de uma combinação de fatores, como a impermeabilização excessiva do solo, o assoreamento dos rios e córregos, o descarte irregular de resíduos e a falta de planejamento urbano adequado. O crescimento da cidade priorizou o concreto e o asfalto, reduzindo drasticamente as áreas de absorção natural da água da chuva. Sem para onde escoar, a água se acumula rapidamente, sobrecarregando o sistema de drenagem e causando alagamentos em diversas regiões.
A primeira solução para esse problema, claro, é a vontade política de enfrentá-lo com seriedade. Resolver as enchentes em São Paulo exige medidas estruturais e investimentos que só acontecerão se houver um compromisso real das autoridades. Além disso, é possível estimular soluções sustentáveis dentro do próprio espaço urbano, incentivando cidadãos e empresas a adotarem práticas que ajudem a reduzir os impactos das chuvas. É nesse contexto que entra a política pública do IPTU Sustentável.
A proposta do IPTU Sustentável propõe um desconto no imposto para imóveis que adotem medidas ecológicas, como telhados verdes, captação de água da chuva, calçadas permeáveis, jardins verticais, arborização e sistemas de energia limpa. Essas ações, além de contribuírem para a sustentabilidade da cidade, podem mitigar os impactos das chuvas. Um telhado verde, por exemplo, reduz a velocidade com que a água da chuva chega às ruas, diminuindo o risco de alagamentos. Calçadas permeáveis permitem que o solo absorva parte da água, evitando que ela escoe diretamente para o sistema de drenagem, que já opera no limite em dias de tempestade.
Em cidades como Chicago, nos Estados Unidos, os telhados verdes já são amplamente utilizados, ajudando a reduzir enchentes e melhorando a qualidade ambiental da cidade. Lá, só o telhado verde da prefeitura abriga mais de 20 mil plantas. No Brasil, municípios como Campinas, Salvador e Guarulhos já aprovaram legislações semelhantes ao IPTU Sustentável, incentivando moradores a adotarem soluções urbanísticas mais resilientes.
Se queremos uma São Paulo preparada para enfrentar os desafios climáticos do presente e do futuro, é importante que o poder público tome medidas concretas agora. Está em tramitação na Câmara Municipal o Projeto de Lei do IPTU Sustentável, que incentiva práticas sustentáveis e pode ajudar a reduzir os impactos das chuvas e enchentes na cidade. A aprovação desse projeto seria um passo essencial para transformar a maneira como lidamos com as consequências das tempestades, promovendo soluções que beneficiam tanto os cidadãos quanto o meio ambiente.
Agora, a pergunta que fica é: vamos continuar assistindo a São Paulo alagar a cada chuva ou vamos agir agora para reduzir os impactos das enchentes e tornar a cidade mais resiliente?
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].
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