Na certeza de que tudo o que é público deve ser cuidado pela sociedade, a OPS incansavelmente continua com o seu trabalho de fiscalizar os gastos com a verba indenizatória parlamentar. E, infelizmente, continua encontrando situações no mínimo intrigantes.
Mais recentemente descobrimos que o deputado Eudes Xavier (PT/CE) comprou um exagero de produtos de papelaria a poucos meses de deixar o cargo, uma vez que não conseguiu se reeleger e terá que deixar a Câmara Federal no final deste ano.
[caption id="attachment_174343" align="alignright" width="300" caption="Reserva de material: loja onde produtos adquiridos está fechada há meses"]
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Esse caso foi noticiado aqui no
Congresso em Foco e algumas perguntas poderão ficar sem respostas, caso o parlamentar ignore o abaixo-assinado que recebeu no último dia 8, em seu gabinete.Sim, como uma nova modalidade de ação, a OPS seleciona os casos mais simples encontrados durante as fiscalizações e auditorias e cobra explicações diretamente dos parlamentares envolvidos por meio de abaixo-assinados.
Foi assim no caso da
Farra da TV por Assinatura, onde três dos quatro deputados citados na reportagem cancelaram os generosos pacotes de serviços contratados na SKY, sendo que o deputado Flaviano Melo (PMDB/AC) teve a honrosa
atitude de devolver aos cofres públicos o valor de R$ 6.146,95 referente aos gastos extras deste pacote, no período de março de 2013 a julho de 2014. Nesse abaixo-assinado, documento com 161 páginas e 2105 assinaturas entregue no gabinete do petista Eudes Xavier, a OPS solicita que a justificativa de uso de todo o material seja encaminhada por e-mail até o dia 14 de outubro para mim, Lúcio Big.
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Como vinte e quatro pessoas, entre secretários e assessores, conseguirão usar, para fins exclusivos de desenvolvimento de trabalho parlamentar e em tão pouco tempo, 180 quilos de cola branca, mil réguas, 7.920 lápis pretos e 425 mil folhas de papel A4, são algumas das solicitações do abaixo-assinado.
Caso a resposta não seja dada no tempo solicitado ou não seja considerada pela OPS como suficientemente convincente, a nossa operação entrará com uma representação no Conselho de Ética da Câmara sugerindo que medidas sejam tomadas em favor do povo brasileiro, pois além da quantidade grotesca de produtos, a loja escolhida pelo parlamentar para ser a fornecedora desses produtos não funciona. Ela parece estar inativa há quase um ano.
Sei que muitos (senão todos) parlamentares leem diariamente o
Congresso em Foco. E a estes, eu digo: a OPS não existe para denegrir a imagem de vocês e tampouco sentenciá-los ao apedrejamento popular. Porém, não deixaremos de denunciar este ou aquele parlamentar por qualquer motivo que seja independente de partido político. A ética deve ser uma bandeira erguida diariamente por todos, não apenas nas falas, mas principalmente nas atitudes.
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