Padrinho de dois ministros e novamente presidente da CCJ. O poder de Davi Alcolumbre. Foto: Pedro França/Agência Senado
A semana iniciou-se com o senador
Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) mantendo no Ministério das Comunicações seu afilhado Juscelino Filho. E chega à sua metade com a confirmação de que ele continuará comandando por novo mandato a comissão mais importante do Senado. Por mais dois anos, Alcolumbre será o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Nesta quarta-feira (8), o Senado definiu quem dirigirá as suas comissões temáticas, um mês depois da reeleição de
Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência da Casa. A definição sobre as comissões demorou para acontecer, tanto no Senado quanto na Câmara. Na Câmara, inclusive, os comandos ainda não estão definidos. No Senado, a situação agravou-se pelo fato de os partidos que se uniram para tentar derrotar Pacheco, com a candidatura de
Rogerio Marinho (PL-RN). Com isso, esses partidos ficaram fora da Mesa Diretora do Senado, perdendo a capacidade de interferência no processo.
A confirmação do novo mandato de
Davi Alcolumbre na CCJ reforça a força conquistada pelo senador do Amapá. Ele foi um dos principais cabos eleitorais da reeleição de
Rodrigo Pacheco. É o padrinho de dois dos três ministros do União Brasil. Além de Juscelino Filho, emplacou no Desenvolvimento Regional o ex-governador do Amapá Valdez Góes, que nem é filiado ao União Brasil. Além dos dois, a outra ministra do União Brasil é Daniela Carneiro, do Turismo.
Por várias razões, a CCJ é a principal comissão do Senado. Primeiro, porque ela é a porta de entrada da análise de todos os projetos que tramitam na Casa. A comissão analisa a constitucionalidade dos textos. E porque é a responsável pela sabatina inicial e análise das indicações do governo federal para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), para embaixadas, presidências de estatais e outros cargos de destaque.
Quando Lula cogitou demitir Juscelino Filho pelas denúncias contra ele, o União Brasil uniu-se para desagravar o ministro e mostrar a sua força. O partido declara-se independente e, por essa razão, não garantiu que está na base do governo e que emprestará votos a ele. Mas deixou claro que o contrário - a garantia da perda dos votos - poderia ficar patente caso Juscelino fosse demitido. Outra hipótese seria criar constrangimentos em análises exatamente da CCJ.
Além de Alcolumbre, foram definidos os demais comandantes das comissões no Senado. O União Brasil fica com duas, a CCJ e a de Agricultura (com
Soraya Thronicke, do Mato Grosso do Sul). O PT também tem duas: Assuntos Sociais, com
Humberto Costa (PE), e Direitos Humanos, com
Paulo Paim (RS). O MDB fica com três: Desenvolvimento Regional e Turismo, com
Marcelo Castro (PI); Relações Exteriores, com
Renan Calheiros (AL), e Infraestrutura, com
Confúcio Moura (RO). O PSD também está à frente de três: Assuntos Econômicos, com
Vanderlan Cardoso (GO); Segurança Pública, com
Sérgio Petecão (AC), e Transparência, com
Omar Aziz (AM). O Podemos fica com Ciência, Tecnologia e Inovação, presidida por
Carlos Viana (MG). A Rede com a Educação, comandada por
Flávio Arns (PR). E o PDT presidirá a Comissão de Meio Ambiente, com
Leila Barros (DF).
Veja abaixo a composição dos comandos das comissões:
(Colaborou Bruna Souza)