O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante sessão no Senado Federal. [fotografo]Pedro França/Agência Senado[/fotografo]
A Procuradoria da República no Distrito Federal (PR-DF) abriu um inquérito contra o ministro da Saúde,
Eduardo Pazuello, para apurar se o general da ativa cometeu atos de improbidade administrativa.
A investigação vai focar, por exemplo, na compra pela pasta de medicamentos ineficazes contra a
covid-19, e no aplicativo desenvolvido pelo ministério que indicava cloroquina e ivermectina de maneira indiscriminada.
Leia a íntegra do ofício da PR-DF:
O primeiro a ser acionado pelo ofício da Procuradoria da República é o Conselho Federal de Medicina (CFM), que deve se manifestar sobre o Trate-Cov, o aplicativo que
receitava quase que automaticamente um coquetel de remédios ineficazes contra a covid-19.
O conselho deve indicar se o uso do Trate-Cov representa violação ética e se há estudos embasando as prescrições feitas pelo aplicativo.
O ministro da Saúde deve responder por quê o aplicativo saiu do ar e se houve mesmo um ataque hacker que o tornou público - como declarou a pasta após a ferramenta ser alvo de questionamentos.
A fim de ter um cenário maior sobre o uso dos medicamentos, a fabricante da ivermectina e o
Exército - que produziu cloroquina - também devem se manifestar à PR-DF.
Em outro braço da mesma investigação, os procuradores também solicitaram informações das fabricantes de vacinas contra a covid-19 para saber como se deu a negociação das doses com o
Ministério da Saúde.
A vacinação engatinha até o momento no Brasil, que corre o risco de passar por desabastecimento de imunizante no curto prazo. Várias cidades interromperam a imunização por falta de doses.
Os ex-ministros Nelson Teich e
Luiz Henrique Mandetta também aparecem como testemunhas a serem ouvidas pela investigação. O diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (
Anvisa), Antônio Barra Torres, representantes das secretarias de Saúde, estados e municípios também fazem parte do rol dos que serão ouvidos pela PR-DF.
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