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11/05/2020 | Atualizado às 13h43
Para o deputado Israel, a peça apresenta um perfil de estudante de ensino médio que não é majoritário. "O estudante representado ali tem acesso ao smartphone de última geração, tem espaço para escrivaninha". Na visão do deputado, a manutenção do calendário causaria prejuízos enormes ao sistema educacional brasileiro. "Essa prova feita desse jeito pode significar um aprofundamento imenso da desigualdade educacional, do acesso ao ensino superior, uma série de distorções no sistema educacional, uma desvinculação do fim do ensino médio com o ensino superior. Nós percebemos que o ministro não tem compromisso com a escola pública brasileira, que abriga a maioria dos estudantes. A principal consequência é o aprofundamento do fosso educacional, é o Estado que não se preocupa em garantir o princípio constitucional da igualdade", disse o deputado. Pesquisa divulgada no ano passado pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil aponta que 58% das casas no Brasil não têm acesso a computadores e 33% não dispõem de internet. Com as medidas de isolamento social no combate ao coronavírus, as escolas permanecem fechadas e o ano letivo está comprometido, sem previsão de retomada. Guerra cultural Para o deputado Israel, a postura do governo não é só uma insensibilidade, é uma alienação em relação à realidade. Ele entende que o fator fundamental de manutenção do governo do presidente Jair Bolsonaro é a guerra cultural, sendo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, um de seus expoentes. "O ministério prefere encabeçar a guerra cultural a coordenar a política de educação e o sistema de educação, tanto dos estados quanto dos municípios", avaliou o deputado. Desde que assumiu o posto, em abril de 2019, Weintraub tem dificuldade de interlocução com a Câmara dos Deputados e também possui diálogo frágil com o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e outros órgãos educacionais. Na semana passada, a pedido do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o ministro participou de uma reunião por videoconferência com senadores. Na ocasião, ele apresentou uma nota técnica com erros de digitação e argumentações focadas nas dificuldades de ordem administrativa para suspensão do calendário do Enem. Os senadores não acharam suficiente a exposição do ministro e continuam pressionando pelo adiamento do exame. Para o vice-líder do governo no Senado, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), a resistência em adiar o Enem está mais em Weintraub do que no governo. "O ministro está muito radical. Ele é muito teimoso", disse. O senador acredita que o ministro vai chegar à conclusão de que o adiamento do exame é inevitável, ainda que isso ocorra perto da data prevista para aplicação das provas. Estudantes podem se inscrever para a prova a partir desta segunda-feira (11) até o prazo final de 22 de maio. A prova impressa está marcada para os dias 1º e 8 de novembro; já a modalidade digital está agendada para os dias 22 e 29 de novembro. > Cadastre-se e acesse de graça, por 30 dias, o melhor conteúdo político premium do país#Enem2020 | O Brasil não pode parar! Inscrições de 11 a 22 de maio. Acesse: https://t.co/MkoMa3ndSF pic.twitter.com/eIjSnzQQ36
- Ministério da Educação (@MEC_Comunicacao) May 4, 2020
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