Davi Seremraminwe, a primeira criança vacinada, tem 8 anos é integrante da tribo Xavante, mas atualmente mora em Piracicaba-SP para realizar tratamento médico. Foto: Reprodução/TV Cultura
Davi Seremraminwe, um garoto indígena de 8 anos, é a primeira criança brasileira a ser vacinada contra a covid-19 no país. A imunização foi iniciada nesta sexta-feira (14) no Hospital das Clínicas de São Paulo.Natural de Mato Grosso, Davi é integrante da tribo Xavante, mas atualmente mora em Piracicaba, no interior paulista, para realizar tratamento médico. Ele foi o primeiro a fazer parte da campanha que busca vacinar crianças de 5 a 11 anos com as doses pediátricas da Pfizer contra a covid-19.
Assista ao momento em que Davi é vacinado:
O imunizante para crianças é fabricado com dosagem inferior e composição diferente do utilizado em maiores de 12 anos. A formulação pediátrica também é aplicada em duas doses, com intervalo de 8 semanas entre cada uma. A tampa do frasco é laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação, pais e responsáveis, que levarão as crianças aos postos de saúde. O primeiro lote do imunizante chegou ao Brasil na madrugada de quinta-feira (13), com total de 1,248 milhão de doses. Como a distribuição aos estados está sendo feita nesta sexta (14), a grande maioria das cidades marcaram o início das campanhas de vacinação voltada para este público para segunda-feira (17). São Paulo é o primeiro a dar início à campanha. Cidades de Minas Gerais anunciaram o início do calendário para este sábado (15) e o Distrito Federal para domingo (16).
Atraso nas entregas
As Secretarias de Saúde da Bahia, Santa Catarina, Amazonas, Paraná, Pará, Piauí, Mato Grosso do Sul, Acre e Goiás relataram atraso nas entregas dos imunizantes aguardados para a madrugada e manhã desta sexta.As vacinas chegaram dos Estados Unidos em São Paulo, e foram armazenadas no Centro de Distribuição do governo federal em Guarulhos, para distribuição nacional. Os primeiros voos estavam previstos para decolar a partir de 22h15 de quinta. Em coletiva de imprensa realizada no Ministério da Saúde, o ministro Marcelo Queiroga negou atraso nas entregas e afirmou que "há toda uma narrativa construída de forma enviesada para trazer intranquilidade para a população brasileira"."Nós trabalhamos aqui fortemente para antecipar essas políticas públicas que são do interesse da população brasileira", declarou.
Autotestes
O Ministério da Saúde tenta criar uma estratégia para implantar autotestagem para diagnóstico de covid-19 pela população, técnica já utilizada em outros países estrangeiros. Um dos pontos de preocupação é que a infecção por coronavírus exige notificação compulsória por parte do paciente. Queiroga defende a implantação do recurso e diz que a medida amplia o acesso ao diagnóstico e pode reduzir a pressão sobre o sistema de saúde. O ministro enviou na quinta uma nota técnica para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para autorização desse tipo de testagem."Muita gente procura a unidade de saúde e não está positivo. Com essa possibilidade, a estimativa é não só ampliar o número de diagnóstico como diminuir um pouco a pressão sobre o sistema de saúde", afirmou.Em nota, a Anvisa indicou que recebeu os documentos relativos ao autoteste apenas na tarde desta sexta-feira (14).
Casos e mortes por covid-19
O Brasil registrou 97.221 casos e 190 mortes por covid-19 nas últimas 24h desde a última atualização das secretarias de saúde, divulgada na quinta-feira. A média móvel de mortes cresceu 29% em relação a 14 dias atrás.
Desde o início da pandemia, o país já registra 620.609 mortes e 22.815.827 diagnósticos de covid-19.> Ajude-nos a fazer um Congresso em Foco melhor pra você