O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou que não concorrerá ao governo de São Paulo e será candidato a deputado federal. [fotografo]Marcelo Camargo/ Agência Brasil [/fotografo]
Depois de ter
desembarcado nos Estados Unidos,
Abraham Weintraub foi oficialmente exonerado do Ministério da Educação (MEC), segundo publicação em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O decreto informa que a exoneração ocorreu "a pedido".
Veja a íntegra.
A chegada de Weintraub ao território americano foi adiantada por seu irmão,
Arthur Weintraub, e confirmada pela assessoria do ministério. O ex-chefe da Educação vinha dizendo que ele e sua família estavam sofrendo ameaças e que pretendia deixar o país o mais rápido possível.
Abraham Weintraub deverá assumir uma diretoria no Banco Mundial, em Washington. A indicação pelo governo brasileiro já foi feita, mas ainda depende de aprovação. O governo do presidente
Jair Bolsonaro ainda não divulgou o substituto de Weintraub na pasta.
Weintraub comunicou a saída da pasta da Educação na quinta-feira (18). "Sim, dessa vez é verdade, estou saindo do MEC e vou começar a transição agora e nos próximos dias eu passo o bastão para o ministro que ficar no meu lugar, interino ou definitivo", disse ele em vídeo gravado com o presidente Bolsonaro.
O estopim da saída teria sido a participação de Weintraub em ato
contra o Supremo Tribunal Federal no domingo (14). "Já falei a minha opinião, o que faria com esses vagabundos", disse. Ele é alvo de investigação do Supremo por ter defendido, em reunião ministerial de 22 de abril, que os ministros da mais importante corte do país fossem presos.
A troca de comando no MEC é vista como possibilidade desde o final de 2019. Ele é alvo de insatisfação no Congresso, no STF e na ala militar do governo. Ele já protagonizou atritos envolvendo o
Enem, o
Fundeb, método de escolha de
reitores e
resistiu a negociação de cargos no governo.
A pressão pela saída do cargo foi crescendo ao longo da gestão e sendo encorpada por diversos setores. A primeira grande reação ao nome do ex-ministro começou no ano passado, quando ele determinou o contingenciamento de recursos destinados a universidades públicas.
A indicação para o cargo de diretor-executivo de conselho administrativo do Banco Mundial ocorreu como forma de compensar um dos integrantes mais ideológicos do governo. No órgão, Weintraub, que é economista, deve receber R$ 115,8 mil (US$ 258,5 mil) por mês, segundo o jornal
Folha de S.Paulo. Anualmente os vencimentos chegarão a R$ 1,3 milhão.
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